Após quase 14 dias da publicação do último decreto estadual que prevê a suspensão das atividades consideradas não essenciais, em vigor desde o dia 17 de março, não houve a diminuição da procura por tratamento de pacientes contaminados com a Covid-19 e pedidos de internações nos leitos hospitalares da rede privada do estado.
Segundo o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, não há vagas nas unidades hospitalares e fila de espera não parou de crescer.
“Temos pacientes graves nas enfermarias e eles não param de chegar. A situação está ruim. Nós estamos lotados, falta medicamentos. Há uma perspectiva de diminuição pelo isolamento dos últimos 14 dias, mas a situação nesse momento é de dificuldade em acomodar e tratar os pacientes com Covid-19”, afirmou o presidente da Ahpaceg.
De acordo com o presidente da Ahpeceg, os dados mais recentes mostra a diminuição de internações dos idosos acima de 80 anos, com o reflexo da vacinação. Por outro lado, nas últimas três semanas aumentaram os pedidos de internações do grupo mais jovens.
“Aquela ideia de que a Covid-19 só matava os idosos deixou de existir. Agora você percebe que todo mundo tem o risco e algumas pessoas desenvolvem complicações. Aumentou o tempo de internação, da gravidade da doença e a velocidade com que evolui”, frisou.
Os hospitais privados de alta complexidade do estado de Goiás também enfrentam a falta de medicamentos e insumos para o tratamento da Covid-19. Além do limite dos cilindros de oxigênio, visto que não é possível fazer maiores encomendas ou reservas do produto.
“Houve o aumento considerável do consumo de oxigênio. Mas não conseguimos adquirir um número maior para aumentar nossa capacidade. Cada unidade hospital tem um limite de compra. Em relação a medicação, há uma falta grave e nós não conseguimos comprar também”, revelou Haikal Helou.