domingo , 19 maio 2024
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Fieg: Coinfra debate logística de Goiás com time de especialistas

O Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Fieg realizou quinta-feira (15/04) o workshop Panorama e Perspectiva da Logística em Goiás: Uma Imersão nos Modais Rodoviário, Ferroviário, Aeroportuário e Aquaviário. O debate, promovido em ambiente on-line, foi moderado pelo presidente do Coinfra, Célio Eustáquio de Moura, e contou com participação de especialistas do setor de logística.

Na abertura, o presidente da Fieg, Sandro Mabel, disse que o debate é salutar para todo o setor produtivo, uma vez que é a logística que garante escoamento e competitividade ao que é produzido em Goiás. Nesse sentido, ele destacou a importância da atuação do Coinfra. “O Conselho de Infraestrutura tem realizado trabalho exemplar, acompanhando, debatendo e participando da construção de soluções para o setor”, afirmou.

O encontro, prestigiado por quase 80 empresários, teve como debatedores o presidente da Goinfra, Pedro Sales; o coordenador de Engenharia do DNIT Goiás e Distrito Federal, Ruiter Souza; os diretores comerciais Sebastião Furquim (VLi), Altamir Perottoni (Rumo) e Douglas Goetten (Brado); o gerente de Gestão Operacional do Aeroporto Internacional Santa Genoveva, Nelson Peixoto; o representante da Antares Polo Aeroportuário Eumar Lopes; o consultor do Instituto de Desenvolvimento de Transporte, Logística e Meio Ambiente (IDELT), Pedro Victoria; e o diretor de Operações do Grupo Porto Seco, Everaldo Fiatkorski.

O transporte rodoviário foi o primeiro modal abordado nas discussões, com panorama sobre a atual situação das rodovias federais e estaduais que cortam Goiás. Os representantes do DNIT e da Goinfra listaram as principais ações que vêm sendo desenvolvidas para recuperação das vias e detalharam investimentos que buscam ampliar a malha viária e promover melhor trafegabilidade e segurança para usuários e escoamento da produção.

No âmbito federal, Ruiter Souza detalhou os investimentos nas BRs 080, 070, 060 e 020, com obras que beneficiam acessos às regiões de São Miguel do Araguaia, Aragarças, Jataí e Formosa, respectivamente. As obras incluem construção de pontes, viadutos, terraplanagem, pavimentação e drenagem, além da manutenção nas BRs 153, 158, 251, 364, 414 e 452. A expectativa é de que os investimentos federais em trechos de rodovias em Goiás superem R$ 300 milhões nos próximos anos.

“Apesar dos desafios da pandemia e de restrições orçamentárias, temos trabalhado para otimizar a aplicação dos recursos, garantindo segurança e trafegabilidade das vias. Consideramos Goiás um eixo estruturante por onde a carga passa, gerando desenvolvimento para nosso País”, observou o coordenador de Engenharia do DNIT.

O presidente da Goinfra, Pedro Sales, também defendeu atuação semelhante, afirmando que o órgão estadual tem atuado com investimentos em rodovias que cortam os principais polos de produção de Goiás, após período de avaliação dos investimentos e análise de contratos do governo anterior.

“Nossa gestão é marcada pelo resgate de padrão técnico referencial no mercado, criando um ambiente de fiscalização que melhora a prestação de serviços dos fornecedores”, afirmou.

No modal ferroviário, o debate contou com a contribuição de representantes da Rumo, VLi e Brado, grupos responsáveis pelas concessões das ferrovias Norte-Sul e Centro-Atlântica que cortam o Estado. Atualmente, o modal movimenta mais de 30 mm/ton de carga, sendo que o agronegócio responde por mais da metade da operação (56%), seguido pela indústria (28%) e construção (16%).

Os diretores comerciais Sebastião Furquim (VLi), Altamir Perottoni (Rumo) e Douglas Goetten (Brado) concordaram com potencial de crescimento do modal em Goiás, sobretudo pela demanda reprimida. A região é considerada nova fronteira agrícola do País e as ferrovias têm recebido investimentos que superam R$ 5 bilhões para ampliação da estrutura e transporte de cargas.

Transporte aeroportuário e aquaviário
A segunda parte do workshop promovido pelo Coinfra/Fieg debateu as oportunidades e desafios dos modais aeroportuário e aquaviário. Na oportunidade, o representante da Antares Polo Aeroportuário, Eumar Lopes, detalhou os investimentos que o empreendimento tem realizado em Aparecida de Goiânia.

De acordo com Eumar, “a logística de Goiás é privilegiada, servida por diversos modais”. De olho nesse cenário, o projeto Antares investe em estrutura com mais de 2 milhões de metros quadrados para atender demanda reprimida da aviação comercial.

“Queremos promover novas conexões, integrando estrutura completa para voos executivos, empresas de táxi aéreo, transporte fracionado de cargas e fabricação e manutenção de itens da indústria aeronáutica”, afirmou, explicando que o objetivo é oferecer todos os serviços concentrados em um só local, para comodidade e agilidade nos processos.

No âmbito do Aeroporto Internacional Santa Genoveva, o gerente de Gestão Operacional da Infraero, Nelson Peixoto, abordou sua recente concessão para iniciativa privada e as oportunidades que novos investimentos devem trazer para ampliação da estrutura, refletindo em crescimento da capacidade operacional do terminal e atendimento da alta demanda reprimida de Goiânia e região.

Encerrando o ciclo de discussões dos modais logísticos, o consultor do IDELT, Pedro Victoria, abordou os planos, panorama e perspectivas do transporte aquaviário em Goiás. Para tanto, apresentou linhas gerais das diretrizes da Política Nacional de Transporte Aquaviário, do Plano Hidroviário Estratégico e do Plano de Melhoramentos da Hidrovia Paraná-Tietê.

Para ele, o grande desafio é tirar as propostas do papel e citou que a retração econômica e a falta de confiabilidade (crise hídrica e mudanças nas concessões) afetam diretamente a oferta de serviços.

“O modal tem plenas condições de representar grande contribuição com a logística no Brasil. Mas é preciso investimentos e o envolvimento de todos na discussão. Enquanto o transporte aquaviário representa 40% da movimentação de carga na Holanda, no Brasil atingimos somente 2%, mesmo com todo o potencial hídrico que dispomos”, arrematou.

O diretor de Operações do Porto Seco, Everaldo Fiatkorski, falou sobre a operação do grupo em Goiás e como a empresa atua para agilizar negócios e aproximar mercados. O objetivo é garantir maior eficiência nas movimentações de carga, aliando velocidade e baixos custos, sobretudo para as pequenas e médias empresas.

“É impressionante a força, mesmo no momento da pandemia, de atração de investimentos em Goiás. O futuro chegou na logística do Estado e temos grande prazer de fazer parte disso. Esperamos o aumento da competitividade do que é produzido aqui”, disse.