Veja texto assinado pelo jornalista Daniel Gondin, no jornal Tribuna do Planalto:
A segunda maneira de interpretar os ataques de Paulo ao governo é o de que o petista atua como um “porta-voz” do ex-prefeito Iris Rezende e da deputada federal Iris de Araújo, ambos do PMDB. Os dois peemedebistas cobram com frequência posição mais combativa dos membros da oposição em relação ao governador Marconi Perillo.
O grande problema, porém, é que Paulo fica sozinho na tarefa, já que deputados estaduais, federais e outros prefeitos da oposição acabam não engrossando o coro junto com o prefeito de Goiânia. Assim, o petista arca com os desgastes dos ataques, além de sofrer com a resposta da base aliada, que, por sua vez, responde de forma coletiva.
Vale lembrar que, no mês passado, Marconi Perillo foi afagado por prefeitos petistas em eventos do governo no interior. Durante uma edição do Governo Itinerante em Anápolis, o prefeito Antônio Gomide (PT) não poupou elogios ao mandatário do Palácio das Esmeraldas. No fim do mês, a dosagem de elogios a Marconi foi repetida pela prefeita de Goiás, Selma Bastos (PT), durante a transferência da capital para a antiga Vila Boa.
A oposição tem, de fato, dificuldades de criar caixa de ressonância para as críticas ao governo. O último episódio em que o grupo contrário ao governador conseguiu fazer isso foi no episódio das declarações do secretário de Gestão e Planejamento do Estado, Giuseppe Vecci (PSDB), de que haveria “bandidos” no governo.
Na ocasião, oposicionistas cobraram explicações do governo na Câmara dos Vereadores de Goiânia, na Câmara dos Deputados e até na Assembleia, onde a bancada apresentou requerimento assinado por 16 deputados, convocando Vecci a prestar esclarecimentos.