O presidente da Casag, Rodolfo Otávio Mota, decidiu destituir delegados subordinados a ele que não apoiam a sua pré-candidatura à presidência da OAB Goiás. Os primeiros foram Alessandra Leite da Silva, delegada da Casag em Inhumas; Alex Costa, superintendente da Jovem Advocacia do Meu Escritório de Anápolis; e outros quatro membros da mesma superintendência: Wellington Cardoso, Mirelly Kristhinny Gomes Silva, Ryvia de Almeida e Carlos Cézar Mendes.
O desligamento de Alessandra aconteceu no dia 6 de junho. O ofício foi entregue pelas mãos da secretária-geral da Casag e braço direito de Rodolfo, Valéria dos Reis Menezes, que foi a Inhumas para última tentativa de exercer pressão. “Na hora eu assustei. Como ela [Valéria] não havia adiantado o teor da conversa, eu não imaginei que aconteceria tão rápido. Mas confesso que desde que eu comecei a me sentir pressionada, vi que os interesses da coletividade haviam se perdido. O interesse maior é a eleição”.
Alessandra ficou no cargo por pouco mais de dois anos. Por nunca ter manifestado disposição em apoiar Rodolfo, ela diz que jamais contou com a boa vontade do presidente da subseção de Inhumas, Jeferson de Paula Coutinho. Cita como exemplo a campanha de vacinação dos advogados contra a gripe H1N1 no município, em que alega ter sido impedida de usar o auditório da subseção e obrigada a usar um espaço próprio.
“É um absurdo. A gente vê que toda a estrutura da Casag vai ser utilizada para impulsionar um projeto eleitoral. Não há nenhum outro fim se não angariar apoio para eleição”, lamenta Alessandra. Horas depois de ser desligada, ela foi substituída pelo advogado Tarcísio Rosa em uma cerimônia com pompas no prédio da subseção – com a presença de Valéria e Jefferson.
Anápolis
Alex ainda é superintendente da Jovem Advocacia do Meu Escritório de Anápolis, mas Rodolfo já o avisou por telefone que o oficio da sua destituição chegará a qualquer momento. Com ele, serão desligados quatro membros da superintendência: Wellington Cardoso, Mirelly Kristhinny Gomes Silva, Ryvia de Almeida e Carlos Cézar Mendes.
Em ligação no dia 28 de junho. Rodolfo disse que o jovem advogado estava lotado um cargo de livre nomeação e que o pressuposto para ocupar esse cargo era ter uma relação de “absoluta confiança” com o presidente da Casag. Embora Rodolfo estivesse demitindo Alex por divergências políticas, ele afirmou que “não poderia deixar que a gestão fosse politizada por A, B ou C”.
Alex respondeu ao presidente que não cederia à pressão para renunciar à superintendência por divergências políticas, mas Rodolfo desconversou e disse que o motivo do desligamento não era esse. Tentou argumentar que a advocacia não pode ser “comprometida” por ideais políticos, mas que admirava Alex por manifestar opiniões em um momento em que os advogados precisam se posicionar.
Também na ligação, Rodolfo admitiu que não está despachando ordinariamente na Casag desde que a sua pré-campanha a presidente da OAB Goiás começou. Explicou que é para que a figura de pré-candidato não seja confundida com a de gestor.
“O intuito dessa destituição é eleitoreiro. Foi uma represália ao fato de não acompanharmos o projeto político dele”, afirma Alex. “Rodolfo está usando a Casag para se projetar politicamente e para forçar as pessoas a acompanhá-lo. A gente não é obrigado e não aceita ser chantageado pelo cargo”.
Mirelly Kristhinny Gomes afirma que a superintendência foi impedida até de usar a estação de trabalho da Casag em Anápolis para ministrar minicursos sobre sistemas eletrônicos processuais a jovens advogados. “São cursos voltados para advocacia, que ensinam assuntos muito importantes. E a subseção disse que foi proibida pelo Rodolfo de nos ceder esse espaço”, afirma.
