Aprisionada na inglória missão de liderar a bancada do prefeito Paulo Garcia (PT) na Câmara Municipal, Célia Valadão (PMDB) viveu hoje mais um daqueles dias para esquecer.
Depois de orquestrar a aprovação de uma censura pública contra um de seus próprios colegas, Djalma Araújo (PT), Célia tentou convencer o plenário a ratificar o veto do prefeito ao projeto de lei que proibia farmácias de vender antibiótico sem prescricão, mas acabou esculhambada pelos farmacêuticos que ocupavam as galerias. Irritada com as vaias, exigiu respeito dos manifestantes e disse que “não estava lá para convencer ninguém, só transmitir a orientação do prefeito”, em resposta ao vereador Paulo Magalhães (PV), que estava com dúvidas quanto ao voto.
Este é mais um capítulo do inferno astral que se tornou a vida da vereadora desde que aceitou a incumbência de ser olhos e ouvidos do prefeito em plenário. Aliada ao presidente Clécio Alves, Célia enfrenta desgastes que jamais sofreu em sua curta carreira política – na qual preferia, na maioria das vezes, abordar temas relativos à carreira de cantora em vez de discutir questiúnculas do poder Legislativo.
Alçada à liderança do prefeito, Célia Valadão defendeu – por força do ofício ou convicção, jamais saberemos – mudanças no Plano Diretor que serão nocivas a Goiânia a médio e longo prazo. Também patrocinou o reajuste discriminatório de salário para servidores da Saúde, que beneficiou uns e deixou milhares de outros de fora.
Coube a ela, ainda, batalhar nos bastidores pelo projeto que aumentava o IPTU e, depois, por ordem de um prefeito acuado pela opinião pública, retirar o texto da pauta como quem reconhece o erro. Aliás, é erro em cima de erro. O triunvirato Célia-Paulo-Clécio não acerta uma.
Haja vontade de querer entrar para história pela porta dos fundos…