A escolha do nome de Francisco I pelo novo papa, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, é a melhor indicação sobre como será o pontificado que ora se inicia.
Francisco, um nome inédito na história do papado, tanto que o pontífice se chamará Francisco I, aponta para um estilo de humildade, sem ostentação, com orientação preferencial para os pobres e os abandonados do mundo.
Assim foi São Francisco de Assis, um santo da Igreja Católica que não tomava banho, vivia cercado de animais selvagens, renunciou à riqueza que herdaria do pai e morreu vítima de uma doença de pele que deu a ele um cheiro terrível – sem falar que recebeu os estigmas de Cristo nas mãos e nos pés.
Foi recebido pelo Vaticano, na época, sob reação negativa dos membros da Cúria Romana, com exceção do próprio papa, Inocêncio III, que desceu do trono e beijou os pés do sujo e imundo Francisco.
Inocêncio III alegou ter tido um sonho, no qual viu a Igreja, prestes a desabar, se apoiando nos ombros de um jovem padre de província – que ele identificou como Francisco, tão logo o viu.
Assim como o santo italiano da Idade Média cuidava dos leprosos e não tinha medo de beijá-los, Bergoglio ficou conhecido, em 2001, por lavar e beijar os pés de 12 pacientes com Aids que visitou no hospital.