Virou rotina na Câmara Municipal de Goiânia.
Mais uma vez, o bate-boca instalou-se entre vereadores da base do prefeito Paulo Garcia (PT). Desta vez, porém, o motivo não foi um projeto ou veto do Executivo, mas o declarado interesse do petista Djalma Araújo de questionar as obras de expansão do multimilionário grupo Hypermarcas na Capital.
Djalma esbarrou em Clécio Alves (PMDB), presidente da Casa contratado para ser advogado de defesa dos empresários. Em favor dos vereadores que têm dificuldade em ler nas entrelinhas, o peemedebista abandonou a elegância e disse, “na moral”, que não permitiria que a Câmara opusesse embargos à obra. “Defenderei a Hypermarcas com unhas e dentes”.
O petista propõe uma audiência pública para discutir eventuais crimes ambientais que estariam sendo praticados pelo grupo. O petista argumenta que a expansão está sendo realizada sem qualquer alvará ou licença ambiental da prefeitura de Goiânia.
A questão é: ao enfrentar os poderosos, a quem Djalma incomoda? A Clécio ou a prefeitura da Capital, que é fiadora de sua eleição para presidência do Legislativo?
Djalma, por enquanto, centra fogo no colega vereador, a quem chama de “vendido”.
Clécio diz que a Câmara tem que ser leniente com a Hypermarcas porque já o é com outros grupos empresariais e obras na Capital, como a construção do shopping Passeio das Águas na Avenida Perimetral, às margens do córrego Caveirinha.
“Um erro não justifica outro, Clécio”, disse Cida Garcez (PV).
Não mesmo. Explique-se por favor, presidente.