sexta-feira , 29 novembro 2024
Goiás

Polêmica: editorial da rádio 730 defende criação de novos cargos no Judiciário e no MP goianos

Veja editorial da rádio 730 sobre a polêmica da criação de cargos comissionados pela Justiça e Ministério Público goianos:

 

MP e Judiciário precisam de servidores como os críticos precisam ler os projetos de criação de cargos
A Assembleia Legislativa está com projetos para criação de cargos no Ministério Público e no Poder Judiciário. Não se entende a razão das críticas, às vezes açodadas e sempre infundadas. Os dois pareceres, respectivamente dos deputados Cláudio Meirelles e Álvaro Guimarães, certamente serão para aprovar. Se há no âmbito público lugares que precisam de pessoal são o MP e o Tribunal de Justiça.
A grita de quem rosna é quanto aos comissionados, 127 no Ministério Público e 133 na Justiça. Portanto, um número muito pequeno. Comparado a prefeituras, cidades de 5 mil habitantes têm mais de cem comissionados. Em municípios maiores, a quantidade é muitas vezes superior. Em Trindade, por exemplo, são 2 mil comissionados. Em 2012, o comando de Trindade era do PMDB; em 2013, quem manda ali é o PSDB; e, independentemente do partido, não se ouvia nem se escuta um miado contra os servidores de livre nomeação. Os cães que ladram contra os cargos para a Justiça e o Ministério Público não mordem os próprios aliados que incham folha de pagamento. Confrontados, viram lulus, junto, senta, deita, balança o rabinho, lambe a mão do titio…

Situação e oposição não soltam um pio contra os comissionados da Assembleia e do governo, ambos com gabinetes lotados de aspones. Tanto que o governador Marconi Perillo anunciou corte de 25% e o presidente do Legislativo, Helder Valin, começou o limpa demitindo 80. No caso de Ministério Público e Judiciário, os novos servidores têm muito o que fazer. É um everest de folhas A4, milhares de documentos no computador, enfim, é serviço que não acaba mais. Um dos efeitos da falta de recursos humanos é a lentidão nos processos.

Os protestos contra os 127 cargos aparecem, sobretudo, nas redes sociais. Não se assiste a mesma campanha contra os 3 mil e 152 comissionados da Assembleia, fora os prestadores de serviço e os terceirizados. Outra diferença é que a Assembleia é um só prédio, num só local, enquanto o Ministério Público tem atuação nos 246 municípios.

Embutido no coaxar contrário aos dois projetos está o preconceito contra os comissionados. Só quem jamais foi a uma repartição pública para não notar que o servidor de livre nomeação é, no mínimo, tão eficiente quanto o efetivo. Por várias justificativas e a maior delas é que o comissionado pode ser demitido a qualquer minuto e o efetivo nunca é exonerado, mesmo quando é preguiçoso, mesmo quando não está nem aí para a função. Nenhum governo, em nenhum rincão do Brasil, cumpre a Constituição, sobretudo o princípio da eficiência. Quem passa em concurso público não mais precisa estudar, só se esforça se quiser, e não se conhece um só chefe de poder que tenha demitido efetivo por incompetência.

A farra de nomeações minou o prestígio dos comissionados, porque no Legislativo e no Executivo, nos níveis municipal, estadual e federal, grande parte é fantasma e fruto de jogada política. Mas não é o que ocorre no Ministério Público e no Poder Judiciário. Precisam do razoável e necessário no exercício do papel esperado pela sociedade e previsto em leis.

No auge dos ataques aos projetos, passou-se da crítica à falsidade. Inventou-se que os cargos seriam 258 no Ministério Público e 505 no Judiciário. Mentira. De efetivos, serão 85 em um e 62 no outro. Total geral, 212 no Ministério Público e 195 no Judiciário, adicionando-se efetivos e comissionados. Qualquer prefeitura de corrutela tem mais servidores que isso. Na tentativa de desmoralizar as duas instituições, somou-se gratificação a efetivo como se fosse abertura de vaga. A má-fé, solidificada pelo desconhecimento fruto da falta de pesquisa, não resiste à simples leitura dos textos em exame na Assembleia. Praticamente todos os que escrevem contra não leram uma linha sequer dos textos a ser votados. Pode ser vingança contra a atuação de promotores, procuradores e magistrados. Pode ser falta de assunto. Pode ser apenas burrice. Pode ser também o medo de um Ministério Público mais célere, uma Justiça mais rápida, que alcancem logo a chamada prestação jurisdicional. E é exatamente para ela que a sociedade mantém os dois órgãos.

Artigos relacionados

Goiás

Goiás violento: mulher agride mãe idosa após discussão em Anápolis

Violência Uma mulher é investigada por agredir a própria mãe idosa. O...

Goiás

Goiás violento: homem matou o namorado e vendeu o carro dele

Violência Um homem identificado como Francinaldo Silva Guimarães, de 26 anos, é...

Goiás

Surto de Doença Diarreica Aguda atinge 12 cidades de Goiás

Fato Um surto de Doença Diarreica Aguda atinge 12 cidades de Goiás....