No período em que Emival Caiado esteve na “lista suja”, entre junho de 2021 e abril de 2022, ele vendeu bois para o frigorífico Beef Nobre. Segundo confirmou um funcionário da empresa, o Beef Nobre tem entre seus clientes o Atacadão Dia a Dia, que afirma ser a maior rede de atacarejo da região Centro-Oeste e o Big Box, que possui 20 lojas no Distrito Federal. O frigorífico ainda é habilitado para exportar carne para Hong Kong e Paraguai.
O Beef Nobre admitiu que Caiado é seu fornecedor, mas afirmou que não compactua com “empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo” e que comprou os animais porque o caso está “sob júdice”. Leia íntegra dos esclarecimentos.
Os supermercados foram contatados, mas não enviaram seus contrapontos. Além disso, Emival Caiado entrou no esquema conhecido como “lavagem de gado”, repassando animais para terceiros para que possam ser comercializados sem que seu nome conste nos documentos.
O pecuarista também seguiu normalmente com suas atividades econômicas durante o período em que esteve protegido por liminares do Judiciário. Em 2020, a Marfrig e a Frigol, respectivamente, segundo e quarto maiores frigoríficos de carne bovina do país, abateram animais provenientes da fazenda Buenos Aires, em Luziânia, Goiás, que está registrada no nome de Emival.