Amilton Junior Borges Nascimento, de 24 anos, morreu de tuberculose neste sábado (25), após esperar por 9 dias na fila de espera por uma vaga no Hospital de Doenças Tropicais (HDT). A mãe dele, Magna Borges Garcia, implorava o governo Caiado por uma migalha de atenção, pois seu filho estava morrendo aos poucos. E foi o que aconteceu.
O ex-secretário de Saúde de Caiado, Ismael Alexandrino, atualmente pré-candidato a deputado federal pelo PSD, apareceu em uma denuncia do portal Metrópoles na última semana por suposto envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro público, destinado a saúde em Goiás, por meio de uma Organização Social e uma empresa de fachada.
Segundo a informação do Metrópoles, a OS Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC) contratou a Amme Saúde Ltda por R$ 9,100 milhões de reais. A empresa está no nome de Andréia Lopo de Oliveira, ex-funcionária de Daniel Alexandrino, irmão de Ismael, e o telefone da Amme Saúde, tem em seu cadastro no cartão de CNPJ da receita federal, o número do telefone de Daniel Alexandrino.
Dias depois Ismael Alexandrino postou uma foto em seu Instagram abraçando o diretor geral da Polícia Civil de Goiás, Alexandre Lourenço. Uma afronta a lei, diante da grave denúncia. Estão eles acima de qualquer investigação? O jornal O Popular denunciou dia desses um suposto caso de ingerência do Caiado, que trocou a delegada da DECCOR (delegacia de combate a a corrupção), por chegar a casos de corrupção no governo. E agora denunciado aparece aos abraços com o chefe da polícia.
CPI da Saúde
As filas de espera no governo Caiado, como esta que levou Amilton a morte por falta de atendimento neste sábado (25), se transformaram em alvo de uma CPI instaurada na Assembleia Legislativa. Porém, por força política de Caiado a CPI está sofrendo sabotagem. Os parlamentares de oposição querem saber sobre os laços do governo com as OSs e o suposto envolvimento dos irmãos Alexandrino no desvio de dinheiro público.
O líder do governo na Assembleia, deputado Bruno Peixoto (UB), disse que vai “politizar” a CPI e forçar o seu encerramento em 15 dias, ignorando as investigações, fatos e denúncias. O União Brasil, de Caiado, ainda não indicou o representante do partido na Comissão e por este motivo a CPI tem que esperar. Esperar, assim como Amilton esperou até a morte. Se depender de Caiado a CPI também irá morrer.
Enquanto isso o estado de Goiás vive o abandono na saúde. E nós aqui estamos, com a sensação de que fomos roubados.