A promotora de justiça Leila Maria de Oliveira instaurou, nesta terça-feira (23), um inquérito para apurar as irregularidades na Metrobus.
Na última semana o Ministério Público recomendou ao governo Caiado que não colocasse em circulação veículos com mais de 5 anos de uso. Em tom intimidador, o secretário-geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, disse que não tem como “acatar isso”.
Agora a Metrobus vai passar pela diligencia. A promotora está investigando as possíveis irregularidades na operação da linha Eixo Anhanguera e de empresas privadas que ali estão operando.
Uma das questões levantadas é saber qual é o valor real da arrecadação em cada terminal. O MP quer saber também qual foi o destino do dinheiro enviado pelo governo Caiado durante 4 anos para manutenção dos ônibus.
Ônibus em condições altamente perigosas
A frota está sucateada, duas pessoas já morreram ao caírem dos ônibus em movimento quando as portas se abriram inesperadamente. A solução encontrada pelo governo Caiado foi trazer veículos refugados de Brasília. O que é errado, ônibus que coloca as vidas das pessoas em risco no Distrito Federal vão colocar também em Goiânia. O risco é o mesmo, independente do lugar.
Leila Maria lembrou que “a Metrobus transferiu a execução do serviço operacional à RedeMob Consórcio, sem licitação, e por esse serviço paga o valor aproximado de R$ 3.500.000,00 (três milhões e quinhentos mil reais). Contudo, a RedeMob Consórcio não está executando os serviços”.
A Redemob Consórcio e o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia terão que apresentar as planilhas discriminando a arrecadação diária e mensal do mês de abril e maio de 2022 (antes do aditivo do acordo operacional), de forma individualizada e apresentando o valor total em reais, de cada uma das 19 estações.
A Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) terá que informar sobre o estado de conservação dos ônibus.
Recentemente o Goiás24horas mostrou um vídeo com denúncias de prática de “canibalismo” nos ônibus, quando peças são retiradas de um estragado para colocar em outro que estragou, mas com notas fiscais “frias” como se fossem novas. Enfim, a Metrobus do governo Caiado é uma caixa preta. O governador queria enfiar R$ 1,4 bilhão dentro dela e agora vai ter que explicar essa história na justiça.