Hailé Selassié de Goiás Pinheiro me contou uma vez, em uma entrevista na Rádio Difusora, que seu nome foi escolhido por causa do imperador da Etiópia dos anos 30, que era considerado um símbolo religioso, o deus encarnado, entre os adeptos do movimento rastafári.
Hailé tinha Goiás até no nome. Era o símbolo religioso da “fé esmeraldina”. Qual imperador, bancou do bolso tantas vezes o seu tão querido Goiás Esporte Clube.
Nascido em Itaberaí/GO em 1936, Hailé Pinheiro foi um grande empresário do transporte coletivo da capital e apaixonado por futebol. Seu sonho era ver o clube do coração, Goiás, ser campeão brasileiro. Brincava que morreria só quando isso acontecesse.
Ao lado do irmão, Edmo Pinheiro, pai do também dirigente esmeraldino, Edminho Pinheiro, marcou gols administrativos históricos para o Goiás, como por exemplo, a venda do ex-craque Luvanor para o futebol italiano. Com o dinheiro o clube comprou a área do CT do Parque Anhanguera, hoje CT Edmo Pinheiro. Hailé foi fundamental na modernização da estrutura física do Goiás, uma das melhores do Brasil.
Hailé ajudou o verdão a conquistar 28 títulos do Campeonato Goiano: 1966, 1971, 1972, 1975, 1976, 1981, 1983, 1986, 1987, 1989, 1990, 1991, 1994, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2002, 2003, 2006, 2009, 2012, 2013, 2015, 2016, 2017 e 2018).
Com Hailé o Goiás ganhou 3 Copa Centro-Oeste (2000, 2001 e 2002) e dois Brasileiros da série B (1999 e 2012). A grande campanha da Copa Sul-Americana em 2010 foi um marco.
A morte de Hailé marca o fim de uma era. O estado inteiro sente a grande perda. O futebol pede muitos minutos de silêncio. Morre um pioneiro. Idealista. Seo Hailé, como nós, repórteres mais jovens o chamávamos era um grande dirigente e respeitado em todo Brasil. Fica aqui a homenagem do Goias24horas ao imperador da Serrinha.
Cristiano Silva
Editor