Uma das venezuelanas que estavam na casa mencionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante um podcast nesta sexta-feira (14) refutou a fala do candidato à reeleição. Segundo ela, o local não era um espaço de prostituição infantil, mas recebia, no dia em que ele visitou, uma ação social com refugiados. “Não tem nada a ver com o que ele está falando agora”, disse a mulher ao UOL.
“Esse dia foi uma ação que acontecia na minha casa. Uma brasileira que fazia curso de estética vinha até aqui para fazer a prática do que estava aprendendo, de corte de cabelo, design de sobrancelha. Então, nós reuníamos um grupo de mulheres e era isso o que acontecia naquele dia”, completou a venezuelana, que pediu para ter seu nome preservado por medo de retaliação.
Ainda de acordo com ela, havia sim adolescentes na casa naquele dia, entre elas, sua filha e sua sobrinha. A reportagem confirmou que ela estava no local no dia da visita do presidente.
A narrativa em torno da residência como um local de exploração sexual de jovens surgiu depois da citada fala do chefe do Executivo, que disse ter encontrado ali, em 2021, durante um de seus passeios por Brasília, adolescentes vindas da Venezuela “arrumadas para ganhar a vida”.
Na oportunidade em que relatou o ocorrido, Bolsonaro ainda se referiu ao encontro com as garotas dizendo que “pintou um clima”, fazendo com que ele não apenas tivesse observado a situação como também adentrasse a casa.