Como diria João Ubaldo Ribeiro, ‘assim você me mata, mãe gentil’. O Brasil enfiou R$ 4,9 bilhões no financiamento de campanhas eleitorais neste semestre. Grana pública.
Em apenas 3 meses os candidatos a governadores de Goiás receberam R$ 7,4 milhões para suas campanhas. O governador Ronaldo Caiado abocanhou R$ 3,3 milhões do fundão para sua reeleição. É mole?
Já pensou, se em vez de sacrificar o agricultor, com essa taxa maldita que Caiado está aprovando na Assembleia Legislativa, o governo taxasse os políticos? Até imagino o projeto.
“Fica decidido que Cada vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal, senador, governador, secretários municipais e estaduais de Goiás terão que ‘contribuir’ com 10% dos seus salários para Caiado dar manutenção e construir novas rodovias. Criaremos um fundo, o Fundeinfra para fazer a gestão da verba.”
Haveria protestos. Os políticos organizariam cartazes e iriam para a galeria da Assembleia com gritos de protestos, ‘Caiado é contra a pátria’, imagine só. A base governista defenderia o projeto dizendo que é justo, pois os políticos se beneficiam das rodovias goianas para fazerem viagens eleitoreiras.
“Quebrei duas rodas nos buracos nesta campanha”, diria um deputado reeleito. Um parlamentar da oposição indignado rebateria: “é mentira, seu safado. Você só viaja de avião com o governador”, e o pau cantaria. Seria lindo.
A classe política teria que ‘parir’ R$ 1,2 bi por ano para o governo Caiado investir em infraestrutura. Em seu discurso, ele bateria no peito: ‘É uma contribuição justa dos políticos. Não vou assaltar o Agricultor, que planta a semente e fica esperando para ver se vai brotar ou não. Jamais vou colocar a faca no pescoço do Agro que tanto me ajudou…”
Seria lindo! Mas esse país é mesmo uma mãe gentil parideira de parasitas que só pensam em taxar quem trabalha, criar impostos, para sustentar seus filhos, políticos profissionais.
O agricultor vai pagar a fatura. Feliz 2023.
Cristiano Silva
G24h