terça-feira , 5 novembro 2024
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(Parem de matar as mulheres • parte 2): “Colocar o homem pra fora não é tão fácil” diz Dra. Cristina sobre declaração de Caiado

O Goiás24horas dá sequência a uma série de reportagens especiais para abordar o preocupante aumento dos casos de feminicídio e violência doméstica em Goiás.

De acordo com estatísticas divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública, os feminicídios no estado cresceram 52% entre 2018 e 2023. Em 2018, foram registrados 36 casos, número que aumentou para 40 no ano seguinte, 44 em 2020, 54 em 2021, e 55 em 2022 e 2023.

Em relação à violência doméstica, nos cinco anos de governo Caiado, foram registrados cerca de 100 mil casos no estado de Goiás, o que seria suficiente para encher dois estádios Serra Dourada.

O Goiás24horas conversou com a Dra. Cristina Lopes, uma sobrevivente de violência doméstica que sofreu um ataque em 1986, quando morava no Paraná. Seu ex-marido a queimou com atingindo 85% do seu corpo. Sua recuperação foi acompanhada por todo o país, e o agressor foi condenado a 13 anos e dez meses de prisão. Desde então, a Dra. Cristina se dedica a ajudar outras vítimas, tendo sido vereadora em dois mandatos e atualmente ocupando o cargo de Secretária de Projetos Especiais da Alego na Procuradoria da Mulher.

Ela também comentou sobre a declaração do governador sobre a possibilidade de “colocar o homem para fora” como medida de proteção. “colocar o homem pra fora não é tão fácil, primeiro como se sustenta essa casa? Se tem criança… Esse homem sabe onde a mulher mora, ela passa a ser um alvo muito mais fácil pra ele”, afirmou.

A Dra. Cristina enfatizou a importância de uma rede de proteção mais eficaz para as mulheres: “são estratégias que não podem ser pensadas de uma maneira simplista, precisamos que as medidas preventivas funcionem de um gerenciamento da PM para que a mulher tenham uma proteção efetiva.”.

Na Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa, a Dra. Cristina divulgou a disponibilidade de um grupo de apoio para mulheres que precisam de ajuda, oferecendo um espaço reflexivo todas as quintas-feiras, das 8h30 às 10h30, para mulheres que enfrentam situações semelhantes.

Veja no vídeo abaixo;

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