A Operação Miqueias, da Polícia Federal, produziu um efeito político nunca visto antes em Goiás: calou, de maneira constrangedora, toda a oposição, do PMDB ao PT, passando pelo PSB de Vanderlan Cardoso (em cuja gestão, na Prefeitura de Senador Canedo, também houve aplicações fraudulentas do fundo de pensão dos funcionários canedenses).
Mais do que calou: envergonhados com as revelações, cada vez mais graves, sobre o envolvimento de deputados do PMDB, um deles, Samuel Belchior, inclusive presidente estadual do partido, os oposicionistas até tentaram ressuscitar a Operação Monte Carlo, como compensação retórica, mas não adiantou nada e eles se calaram e desapareceram do noticiário.
O principal envolvido, Samuel Belchior, definido pela Polícia Federal como “membro da organização criminosa” também saiu de circulação e até hoje não deu explicações para o seu relacionamento com Luciane Hoepers, operadora da quadrilha, e os crimes de que é acusado pela PF: formação de quadrilha e tráfico de influência.
Pior: os desfalques praticados nos fundos de pensão de Prefeituras controladas pelo PMDB, como a de Catalão, onde o peemedebista Velomar Rios permitiu aplicações, ao apagar das luzes do seu mandato, em fundos podres, e a de Aparecida, onde a presença dos operadores da quadrilha foi até registrada em ata, deixam a oposição ainda mais embasbacada.