domingo , 5 maio 2024
Goiás

Reforma administrativa pode acabar com as chefias da comunicação setorial, diz Opção

Veja nota do Jornal Opção:
O ex-secretário da Fazenda Simão Cirineu tinha dois sonhos. Primeiro, reduzir o custo da folha salarial do funcionalismo público. Um dos motivos de sua saída tem a ver com o fato de que acha injusto — e ele tem razão — que o Estado use mais de 70% de sua arrecadação única e exclusivamente para pagar 150 mil servidores.

Segundo, Cirifui, como se tornou mais conhecido — dada sua tendência a pedir demissão pelo menos uma vez por mês —, sonhava acabar com as chefias setoriais de comunicação. Um auxiliar do governo estadual diz que a comunicação setorial consome muito dinheiro, mas, excetuando três ou quatro chefias, seus resultados são considerados pífios inclusive pelo próprio governador Marconi Perillo.

Para montar a comunicação setorial, algumas redações foram desmontadas (notadamente, a de “O Popular”; a editora-chefe Cileide Alves até hoje tenta remontar a redação), e delas foram retirados alguns de seus melhores profissionais. Mas quem criou a política, muito bem intencionada, equivocou-se num ponto: a comunicação pública é muito diferente do jornalismo do dia a dia, o das redações. O resultado é que, quase dois anos depois, muitos dos chefes setoriais ainda estão tentando acertar. Hoje, o governo Marconi Perillo tem muito o que exibir, mas a comunicação setorial não consegue mostrar a contento. O governo Marconi está voltando para a primeira divisão, mas a comunicação setorial ainda está na Série C e tentando subir, a fórceps, para a Série B. Não estamos ponto em dúvida a qualidade dos profissionais, que são, em sua maioria, muito bons. Mas, como dissemos, a comunicação pública é diferente, muito diferente, da comunicação das redações. Ela precisa ser mais conceitual, mas alguns dos comunicadores continuam enviando releases, como se fossem tão-somente integrantes de uma agência de notícias, para as redações.