• Torra torra do Caiadão
Com o anúncio do edital de leilão da CelgPar, publicado nesta segunda-feira (19), o governo Ronaldo Caiado deu mais um passo na liquidação de ativos públicos. A venda está marcada para 30 de setembro na B3, em São Paulo, e inclui quatro lotes com valor mínimo total de R$ 193,9 milhões, abaixo dos R$ 400 milhões inicialmente estimados.
Isso sem contar que o Estádio Serra Dourada foi vendido a preço de bananas. Para aumentar o tamanho da improbidade, o governo inaugurou um novo sistema de iluminação em LED que custou R$ 14 milhões aos cofres públicos e vendeu o estádio por R$ 10 milhões, com prejuízo inicial de R$ 4 milhões. A conta não fecha.
• Última estatal
A CelgPar era a última empresa do grupo Celg ainda sob controle do Estado. O processo de privatização foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Goiás em 2023. O governador Ronaldo Caiado assinou o contrato de venda da Celg Transmissão (Celg-T) para a EDP Brasil em outubro de 2021, consolidando o desmonte da holding do setor elétrico goiano.
• Goiás a venda
O Lote A, por exemplo, envolve 100% das ações da Firminópolis Transmissão S.A. e da Lago Azul Transmissão S.A., com lance mínimo fixado em R$ 62,1 milhões. O comunicado oficial foi assinado por Gustavo Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e atual vice-presidente da CelgPar. Assim, Caiado confirma seu legado: vendeu tudo — sem deixar grandes obras em contrapartida.
O governo de Goiás já privatizou duas grandes empresas públicas no setor de energia elétrica: a Usina de Cachoeira Dourada, em 1997, por R$ 780 milhões (em valores da época); e a Celg Distribuição (Celg D), a maior de todas, por R$ 2,2 bilhões, após três anos sob gestão federalizada da Eletrobras. Caiado torrou o restante do patrimônio da Celg — e comenta-se, nos bastidores, que a próxima a ser rifada será a Saneago.