• Luto
Faleceu neste domingo (1º), no mesmo dia em que completava 85 anos, Jácomo Barsi Neto, filho de Lino Barsi, um dos fundadores do Goiás Esporte Clube. O clube decretou luto oficial por três dias e, em nota, homenageou Jácomo como um dos últimos representantes da linhagem fundadora. “Carregava no sobrenome a herança de quem plantou as raízes do nosso escudo”, afirmou a direção esmeraldina. A causa da morte não foi informada.
• Nascimento de um nação esmeraldina
Cristiano Silva, jornalista, escritor e editor do G24H, lembra com carinho da amizade e das histórias que ouviu de Jácomo, figura ativa na diretoria do clube. Fez várias entrevistas com ele na Equipe do Mané, TV Brasil Central, e lembra de como ele contava, com brilho nos olhos, que o Goiás nasceu na rua, à luz de um poste, porque a mãe dele — ainda com ele bebê nos braços — expulsou os fundadores da sala de casa, após acordarem o recém nascido com gritos eufóricos.
“Italianos, falavam alto, acordaram o bebê”, contava ele, rindo. E o bebê era ele mesmo, Jácomo. Assim, Goiás e Jácomo nasceram juntos — um no campo, o outro no colo — “irmãos de origem e de alma”, comentou Cristiano.
• Memória Viva
Grande incentivador do livro “Corações Esmeraldinos (2005)”, escrito por Cristiano Silva, Jácomo cedeu arquivos da família e resgatou documentos históricos, como a Ata de Fundação do Goiás, os primeiros jogos, e histórias sobre figuras como Pilade Baiocchi, pioneiro no transporte público de Goiânia. “Ele me emprestou um livrinho vermelho, antigo pra burro, que contava sobre a mudança dos goianos da Vila Boa para a região de Campinas, hoje nossa Goiânia. Uma viagem sofrida, cheia de desafios pelas estradas de terra, pirambeira e buracos”, contou.
“Era um homem formidável, que amava o Goiás como a um irmão de sangue”, relembra o autor. “Um verdadeiro esmeraldino, apaixonado por esportes, por história e pela vida.”