• O caso
Ana Luiza de Oliveira Neves, de 17 anos, morreu após ingerir um bolo de pote entregue com um bilhete em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
O pai da jovem relatou que a autora do crime, também adolescente, era colega da filha e passou a noite na casa da família entre sábado (31) e domingo (1º). “Essa menina foi dormir lá em casa, acompanhou o caso todo. Viu [Ana Luiza] passando mal, viu a hora que a levei no hospital e, no outro dia, também viu minha menina caindo no banheiro e não demonstrou nenhuma reação”, disse o pai.
Ana chegou a ser levada ao hospital após o primeiro mal-estar, mas voltou a passar mal no dia seguinte e morreu a caminho de uma nova unidade de saúde.
• Motivo
Segundo o delegado Vitor Santos de Jesus, a adolescente que enviou o bolo tinha “raiva” e “ciúmes” de Ana Luiza. A polícia considera o caso encerrado e informou que a investigada demonstrava sinais de baixa autoestima e possível desequilíbrio psicológico.
Ela confessou ter colocado óxido arsênico no bolo de pote. Contou que teria ido a uma doceria próxima a sua casa, onde comprou o doce que foi entregue a Ana Luiza através de um motoboy, no último sábado (31).
O planejamento do crime teve início no dia 14 de maio. Além de Ana Luiza, outra vítima também foi envenenada da mesma forma, segundo ela por causa de um ex-namorado, alguns dias antes do atual acontecimento.
Em depoimento ela afirmou que “não tinha a intenção de que mal maior acontecesse, esperava que as vítimas só sentissem sintomas ruins, tais como vômito”.
• Medida socioeducativa
A jovem foi apreendida e levada para a Fundação Casa. Por se tratar de menor de idade, ela não será julgada como adulta. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, homicídios cometidos por adolescentes são considerados atos infracionais. A medida socioeducativa mais grave prevista é a internação, com duração máxima de três anos.