• Shows milionários em meio ao abandono
Em meio a um colapso na rede pública de saúde e denúncias de abandono de creches, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), autorizou o uso de R$ 9,9 milhões devolvidos pela Câmara Municipal para bancar festas e shows.
Só na festa junina da cidade, serão R$ 2 milhões em cachês artísticos. Outros R$ 2 milhões do mesmo fundo já foram usados na Pecuária de Goiânia, evento que custou R$ 8 milhões aos cofres públicos. Enquanto artistas sobem ao palco, mães esperam por vagas em maternidades e crianças estudam em prédios degradados.
• Saúde melhorou, “é mentira”
Relatórios recentes do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) e do DenaSUS apontam um sistema de saúde em ruínas. Auditoria nas 81 unidades básicas e 13 centros de urgência e emergência de Goiânia identificou superlotação, falta de insumos e estruturas sucateadas.
Nas maternidades geridas pela Fundahc — responsáveis por 60% dos partos da capital —, cortes nos repasses e atraso nos pagamentos comprometem atendimentos essenciais. Mesmo com o caos instalado, a Prefeitura reduziu o orçamento mensal dessas unidades de R$ 20 milhões para R$ 12,3 milhões.
• Calamidade e descaso
Apesar de alardear calamidade financeira e dívidas bilionárias, Mabel via torrar os recursos economizados pela Câmara com shows.
A justificativa oficial é que os repasses são “sobra de duodécimo” e que ajudam na “manutenção da cultura local”. Mas a cultura que permanece, na prática, é a do improviso, da maquiagem e da falta de prioridades.
O próprio prefeito declarou que um CMEI no Setor Campinas está em situação tão precária que pode ser comparado a um “ninho de ratos”.
A pergunta que não quer calar: se há dinheiro para shows, por que não há verbas para escolas, postos de saúde e maternidades?