• Casa da mãe Joana
“Brasil, mostra a sua cara… Quero ver quem paga pra gente ficar assim…” – A letra de Cazuza nunca fez tanto sentido. Dois meses após pedir exoneração em meio a um escândalo que envolveu até porte de arma dentro da própria sede do Legislativo, eis que surge, como num passe de mágica, o nome de Kowalsky Ribeiro novamente nomeado procurador-geral da Câmara Municipal de Goiânia.
• Acredite se quiser
A recondução foi assinada pelo presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), e ocorre antes mesmo da conclusão do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que investiga exatamente o episódio que motivou sua saída.
Parece piada, mas não é. É a cara do Brasil — ou, pelo menos, a cara da política goianiense, que insiste em flertar com o absurdo.
• Refém de quem?
Segundo um vereador, que não quis se identificar, Kowalsky não é apenas um procurador. É uma verdadeira caixa-preta ambulante da Câmara Municipal de Goiânia. Carrega segredos, bastidores, acordos, histórias que muita gente prefere que nunca venham à tona. E, talvez, seja exatamente por isso que ele sempre volta.
O fato é que o retorno de Kowalsky à função não é apenas uma decisão administrativa; é, antes de tudo, um recado à sociedade.
Brasil, qual é o teu negócio? Nome do teu sócio?
O episódio levanta uma pergunta incômoda — e inevitável — à gestão da Câmara: qual é o compromisso dessa Casa com a transparência, com a ética, com a responsabilidade institucional?
Talvez, no final, esteja tudo explicado no verso do próprio Cazuza: “…qual é o teu negócio? O nome do teu sócio?”
Cristiano Silva
Editor