Internado em estado grave no Hospital Anis Rassi, o ex-governador Mauro Borges, 93 anos, foi uma das vítimas políticas do ex-prefeito Iris Rezende, que moveu uma perseguição implacável ao filho de Pedro Ludovico Teixeira.
Iris e Mauro foram aliados políticos no PMDB. O ex-governador abriu mão de ser candidato ao Palácio das Esmeraldas, na primeira eleição direta na ditadura, para apoiar Iris. Mauro virou senador.
O troco do irismo veio rápido. Eleito, Iris fechou as portas do governo para Mauro Borges e perseguiu seus aliados. Mauro rompeu com o governo em 1984 e fez graves denúncias de corrupção na administração do PMDB.
Bem ao seu estilo autoritário e coronelístico, Iris abriu guerra a Mauro Borges. Assim como faria mais tarde a Henrique Santillo, outro ex-aliado.
Em 1986, o senador candidatou-se ao governo, liderando a frente de oposição ao irismo. Perdeu para Henrique Santillo, mas o então ministro Iris (Agricultura) fez de tudo para derrotar Mauro.
Em 1990, Mauro quase perde a eleição para deputado federal em função do cerco comandado pelo irismo, que invadiu suas bases eleitorais.
Derrotado em 94, Mauro caiu no ostracismo e só voltou a receber as glórias que merece com a vitória de Marconi Perillo em 1998. O governo tucano resgatou a história do ex-governador, lhe rendendo várias homenagens.