Logo quem. Logo ele. Um dos políticos de trajetória mais coerente da história do Brasil , Ronaldo Caiado, paga hoje o preço de uma derrapada ideológica, sendo transformado e execrado nacionalmente como exemplo da “velha política” que o país precisa extirpar.
De posições claras e definidas, Caiado foi seduzido por Vanderlan Cardoso, que oportunisticamente assumiu o PSB em Goiás e atraiu o líder ruralista para um projeto sem substância ideológica e meramente destinado a tirar o governador Marconi Perillo e o PSDB do poder.
Caiado, líder da direita brasileira, ruralista, ex-presidente da UDR, incompreensivelmente aliou-se em Goiás a um partido socialista, embora presidido por um milionário, Vanderlan Cardoso, que está longe de ser um homem de ideias e posições ideológicas, ao contrário dele, Caiado.
A salada ideológica presidida por Vanderlan recebeu um tempero picante logo após a filiação de Marina Silva ao PSB, quando. em Goiás, esquerdistas militantes como o vereadores Elias Vaz e o marxista-leninista Martiniano Cavalcante também ingressaram no PSB. O molho final veio com a filiação de Alcides Rodrigues, expressão maior do conservadorismo rural em Goiás, capaz de por o direitismo radical de Caiado no chinelo. Imagine toda essa gente em um mesmo palanque?
Caiado, agora, é a vítima maior dessa caótica articulação política. Eduardo Campos e Marina Silva, com algumas poucas declarações em entrevistas à imprensa nacional, transformaram o líder ruralista em símbolo da “velha política” e repudiaram o seu apoio.
Mas homem do cavalo branco (na campanha eleitoral de 1989, Caiado se candidatou a presidente da República e iniciava seus programas de televisão com uma cena em que empinava um cavalo branco) também tem culpa. Caiado, que nunca abriu mão da sua coerência ideológica, o fez ao se associar a Vanderlan por puro ódio aos seus adversários políticos em Goiás, sem o escopo conceitual que sempre respaldou todos os seus atos.
Abriu mão da sua integridade no campo das ideias e agora está pagando caro por fazer o que nunca fez.
