Se for unicamente pelo quesito obstinação, ainda que desprovida de qualquer sentido e mais parecendo um delírio, o pré-candidato do PSB a governador, Vanderlan Cardoso, até que merece alguma admiração.
Mas fora daí, a sua aventura política, propondo-se a uma candidatura a governador que não se assenta em nenhuma base, não tem partidos nem aliados para se sustentar e, de resto, sem pelo menos um conjunto de propostas com algum tipo de originalidade, não tem o menor futuro.
A política tem algumas regras que são incontornáveis. Por exemplo: ninguém chega à Presidência da República se não contar com o apoio de partidos nacionalmente estruturados. Ora, dirá alguém, Collor não tinha um partido expressivo e se elegeu. Sim, mas ele foi apoiado na prática pelas bases de grandes partidos como o PMDB e o PFL (na época), que abandonaram seus respectivos candidatos e embarcaram no projeto collorido.
Essa mesma regra, reduzida à sua dimensão estadual, vale para Goiás. Ninguém jamais se elegeu governador sem contar com uma base partidária suficientemente ampla e disseminada por todo o Estado.
De resto, uma eleição para governador é um processo complexo. Envolve uma mega operação de logística política. Não é para qualquer um. E muito menos para quem não tem um partido de expressão nem muito menos o apoio de outros partidos de expressão e menos ainda para quem não tem sequer lideranças políticas de algum peso ao seu lado.
É assim que o milionário Vanderlan Cardoso meteu na cabeça a ideia de ser governador de Goiás, representando ele mesmo, o ex-governador Alcides Rodrigues, o ex-secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, e mais alguns gatos pingados.
É constragedor assistir ao espetáculo deprimente que o empresário – um homem bem sucedido no mundo dos negócios – está protagonizando, viajando pelo interior em seu King Air de R$ 5 milhões de reais e participando de reuniões as mais mambembes que se pode imaginar, às quais sequer comparecem interessados.
Em 2010, admitamos, a situação de Vanderlan foi um pouco melhor. Mesmo assim, a candidatura foi um fiasco, com uma votação concentrada na região central do Estado (onde fica Senador Canedo, cidade da qual ele foi prefeito). Para 2014, as perspectivas são bem piores, pelo completo isolamento político, partidário e pessoal do empresário.
Em 2010, ele, Vanderlan, e sua mulher, Isaura, diziam que haviam recebido um sinal divino para a candidatura e que ele seria vitorioso.
Agora, nem isso.