O jornalista Elio Gaspari escreve na sua coluna desta semana, inclusive em O Popular, sobre o milionário Michael Bloomberg, que foi prefeito de Nova Iorque por 12 anos e gastou US$ 650 milhões de dólares do seu próprio bolso com atividades oficiais.
Bloomberg não tinha salário (ou melhor, tinha: US$ 1 dólar por ano). Viagens, almoços, café da manhã, decoração do seu escritório, tudo foi pago com dinheiro do seu próprio bolso. Além disso, sempre foi um magnata esclarecido: à universidade onde estudou, por exemplo, fez doações no valor de US$ 1 bilhão.
Ao encerrar o seu mandato, despediu-se dos funcionários e foi para casa… de metrô.
Elio Gaspari compara os milionários brasileiros – especialmente os que ingressaram na política – com Bloomberg e outros ricaços americanos. Aqui, eles são mão fechada. Não devolvem nada à sociedade e, uma vez ocupando cargos públicos, inflam ainda mais suas fortunas.
Em Goiás, são muitos os milionários na política. Sandro Mabel é um. Júnior Friboi e Vanderlan Cardoso, outros. Iris Rezende também (quando foi senador, era o quinto homem mais rico na Câmara Alta). Cyro Gifford e Wilder Tavares, atualmente ocupando vagas no Senado sem disputar eleições, estão na lista. Todos com a mesma característica: jamais despregaram um centavo da sua riqueza para apoiar projetos culturais, sociais, econômicos ou de qualquer natureza que não fosse para seu exclusivo aproveitamento ou rendimento.
No momento, chamam atenção as figuras de Júnior Friboi e Vanderlan Cardoso. Igualmente milionários, Júnior muito mais que Vanderlan, são igualmente avessos a colaborar com a sociedade com seus próprios recursos e postulam o cargo de governador para, aí sim, “colaborar” com a sociedade. Em seus discursos e entrevistas, alegam que são geradores de empregos e que, com isso, estão “beneficiando” a população.
Pode ser. Mas empresários não criam empregos por benemerência social e sim para ganhar dinheiro. E criam o mínimo possível de vagas para funcionar seus negócios. Se pudessem produzir sem gerar empregos, é claro que faria isso imediatamente, sem nenhuma dor na consciência.
Conclusão de Elio Gaspari:
“No Brasil são muitos os milionários que passaram por governos. Nenhum soltou a bolsa da Viúva. Em muitos casos as fortunas foram acumuladas por inexplicáveis multiplicações ocorridas durante o exercício dos cargos. Exemplo como o de Bloomberg, nem pensar”.