Na edição de domingo do Diário da Manhã, enquanto a oposição se digladiava em conflitos internos (PT contra PT e PMDB contra PMDB), Jayme Rincón (presidente da Agetop) desfilava as obras e o que o jornal chamou de “portfólio de Marconi”.
É obra que não acaba mais, diz Rincón para o jornal, em um alto astral que não se vê na oposição.
Rincón alerta que o governo não tem apenas lançado obras, mas reconstruído as feitas no passado, caso das rodovias mal feitas no passado. “Veja que gastamos R$ 2,1 bilhões nessa reconstrução. Se fosse fazer isso de estrada, teríamos mais dois mil quilômetros. Com certeza, só não fazemos mais porque estamos reconstruindo estradas que foram feitas na década de 1980, e que precisam ser adequadas em padrões técnicos necessários e modernos”.
Rincón é descrito na reportagem como o homem da ‘calculadora’. A todo momento, ele faz contas para tentar minimizar os gastos no governo e conseguir os produtos mais econômicos e eficientes.
O conteúdo da reportagem:
O portfólio de Marconi
Apesar de Marconi Perillo não anunciar candidatura, equipe técnica organiza cartão de visitas do político: dezenas de obras espalhadas pelo Estado
Welliton Carlos
Marconi Perillo (PSDB) ainda não acenou para disputa eleitoral de outubro. Conforme o governador de Goiás, existem dois motivos: se anunciar que é candidato, pode prejudicar o andamento da administração pública. Em vez, de gestão, seus auxiliares podem atravessar o carro na frente dos bois e iniciar uma cruzada eleitoral. Por outro lado, o líder tucano evita dizer que não é: pois, assim, desmotivaria a equipe. Exatamente por essa dualidade de desejo e responsabilidade, seus auxiliares começaram uma romaria por entrega de obras.
Se for candidato, Marconi pode concorrer com pré-candidatos que não fazem nada a não ser pedir votos desde pelo menos 2010. Daí a necessidade de ter algumas cartas nas mangas para, se preciso, reconquistar o tempo perdido. Perillo já disse que, se disputar, prefere uma campanha eleitoral de poucos dias. E será, pois o Brasil não deve fazer mais nada até a chegada da aguardada Copa do Mundo.
Jayme Rincón, presidente da Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop), diz que o gestor maior não pode ficar de fora das eleições de outubro, pois tem obras para mostrar. Para isso, já começa a finalizar o portfólio de Marconi. Rincón afirma que a oposição terá dificuldades em questionar o governador na quantidade e qualidade de obras e ações sociais.
Com uma calculadora nas mãos, o tocador de obras da Agetop sinaliza que é preciso entender os diferentes mandatos do governador goiano, que mostrou e mostra inquietações diferentes conforme a época da gestão.
Como possível pré-candidato, o grande diferencial de Marconi Perillo é sua presença no topo das sondagens de opinião realizadas recentemente por diferentes institutos de pesquisa. Ele é obrigatoriamente candidato sem querer. Além dele, o nome da base para a disputa seria o vice-governador José Eliton (PP), um dos jovens da política goiana pronto para ser testado nas urnas.
Todavia, existe uma expectativa de que o principal representante do Estado, em seu melhor momento econômico, mantenha o nome na lista de candidatos. Sob a égide de Marconi, Goiás entrou na lista dos estados que mais cresceram em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em produção industrial (conforme os lançamentos do IBGE), em Balança Comercial favorável e em agregados educacionais – como o grande salto dado no ensino médio.
Apesar de ressaltar aspectos sociais da administração pública, Rincón é o escudeiro do governador para tratar de obras. Trabalha com um mapa mental que dispõe os cenários antes e depois de Marconi Perillo. Ele recorda que existe uma linha definida de planejamento e desenvolvimento na trajetória do gestor e que nada é por acaso.
Conforme Rincón, Marconi segue uma tradição de investimento em saúde. “Ele participou de um governo que criou o Hugo, que é determinante para a saúde do Estado”, diz. Além da obra assinada por Henrique Santillo, Rincón recorda o CRER, planejado por Perillo, que é considerado referência nacional em atendimento público.
Da atual gestão, ele destaca a forma de governo adotada pelo tucano, que privilegia a participação das organizações sociais no controle gerencial dos hospitais – algo que deu certo no CRER. “De obras importantes em saúde, o atual governador constrói o Hugo 2, cinco Credeqs, o hospital de Anápolis, o hospital de Uruaçu. São obras de qualidade e feitas com esmero”, gaba-se Rincón, que lança indiretas às recentes obras inauguradas em Goiânia e que se transformaram em motivo de chacota popular.
A construção de uma unidade do Centro de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeq), localizado na Avenida Copacabana, no Polo Empresarial, já é uma realidade. O governador tem realizado visitas constantes no canteiro de obra e espera entregá-la neste ano.
Mas o governo guarda parte significativa de suas energias para a inauguração do Hugo 2, explica Rincón, que deverá ser considerado o melhor hospital de Goiás. Localizado na saída para Inhumas, na GO 070, a área do terreno (137. 347,66 m²) permitirá futuras ampliações para atender um maior número de pessoas.
Com custo de R$ 57 milhões, o governo espera entregar o novo hospital até a metade do ano. Conforme Rincón, a ideia é oferecer um padrão de excelência em atendimento, diminuindo os riscos de morte. Não raro, o cidadão se acidenta do outro lado da cidade e até ser encaminhado para o Hospital de Urgências De Goiânia, já chega com sequelas graves. O Hugo 2 vai minimizar este problema de mobilidade da vítima.
Cultura
Enquanto na saúde Marconi Perillo marca forte presença, sem concorrentes, na cultura ele precisa apagar as críticas feitas no passado ao Centro de Cultura Oscar Niemeyer – que teria sido inaugurado sem finalização.
Com parceria do Governo Federal, ele já entregou uma obra que ajuda a revitalizar o Centro de Goiânia. “Construímos a Vila Cultural no Centro de Goiânia, que é uma maravilha, e junto com o Centro de Cultura Oscar Niemeyer, permite ao goiano conviver com um espaço de lazer, cultura e educação. Assim, Goiânia já faz parte da rota cultural do país”, afirma Rincón, que ressalta o apreço de Perillo pela cultura. Um dos fatos mais marcantes de 2013 em Goiânia, diz, com certeza o que mais deu visibilidade ao Estado em sua história, foi o show realizado por Paul McCartney na capital, graças a intervenções pontuais do governador goiano.
Rincón afirma que Perillo tem se esforçado para entregar obras de qualidade e que tenham interesse social. “Basta observar: o governador não faz obras popularescas. Todas apresentam padrão de qualidade”. Ele cita, por exemplo, as obras de reconstrução, caso das GO-020 e Rodovia dos Romeiros, além de várias outras que foram praticamente refeitas – como a GO-040 – antes destruída e motivo de inúmeros acidentes.
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Correlata 1
Pavimentação tecnológica é carro chefe do governador
Jayme Rincón, presidente da Agetop, em seu balanço, cita as obras que integram o Rodovida como as mais satisfatórias e que atenderam um clamor geral da população. Conforme Rincón, Goiás ficou anos sem investimento no setor, além do que as rodovias criadas na década de 1980 apresentavam péssima qualidade e não atendiam aos parâmetros técnicos e tecnológicos.
“Só de duplicação temos mais de 300 quilômetros. Duplicamos todas as saídas de Goiânia. E não devemos nunca esquecer: nós investimos em reconstrução de rodovias, cerca de seis mil quilômetros. Pegamos estradas sem acostamento e fizemos tudo de novo, com mais qualidade. Veja que gastamos R$ 2,1 bilhões nessa reconstrução. Se fosse fazer isso de estrada, teríamos mais dois mil quilômetros. Com certeza, só não fazemos mais porque estamos reconstruindo estradas que foram feitas na década de 1980, e que precisam ser adequadas em padrões técnicos necessários e modernos”.
Todo estado
Rincón afirma que 2014 será o ano com maior entrega de obras na história do Estado. “Estamos construindo um Centro de Convenções em Anápolis. Ele será o mais bonito, mais moderno centro de convenções do Centro-Oeste. Isso sim será um centro de convenções”, promete.
O gestor da Agetop cita ainda a quantidade enorme de escolas que estão sendo demolidas, a maioria de placas, para a construção de novos prédios no modelo ‘Século XXI’. “São escolas modernas, de alvenaria, com ar condicionado”, diz.
Ele afirma ainda que Perillo constrói “quatro presídios e um belíssimo Centro Cultural em Palmeiras”. Conforme o gestor existe um enorme número de obras, daí a dificuldade de listá-las, devido a proporção e atenção que cada uma merece nas regiões e municípios. Rincón afirma que Perillo fez muito no social, mas pode avançar em obras. “Neste sentido, esse terceiro mandato completa os outros dois. Pois ele recebeu, no primeiro mandato, um estado destruído: com três folhas de pagamento atrasadas, máquinas sucateadas, pegamos, sim, uma carcaça de estado. Aí ele mudou a gestão. Modernizou, criou as agências e estruturas modernas. Em seguida, criou programas sociais, como Bolsa Universitária e Renda Cidadã. O Bolsa Família, do Governo Federal, fez dez anos ano passado. E o Renda Cidadã fez onze, ou seja é uma cópia de nosso programa. E depois o governador concedeu incentivos fiscais para atrair empresas, que geraram ótimos índices de emprego e desenvolvimento. No terceiro mandato, ele acelerou o desenvolvimento e obras”.
Rincón costuma lembrar que as obras de Perillo nem sempre saltam aos olhos, por não atenderem aos princípios populistas de que devem ser vistosas. “Um exemplo: o governador fez 30 Estações de Tratamento de Esgoto (Etes), além da que atende Goiânia. São obras caríssimas, escondidas, mas que acabam interferindo no desenvolvimento do nosso estado”.