(Na foto acima, deputado Gedda, que tentou abandonar o plenário no momento da votação: “eu estava indo beber água”)
A construção de uma nova sede para o Instituto Médico Legal (IML) em Aparecida é uma obra importante e isso ninguém questiona. Certo?
Errado.
Na sessão plenária da Assembleia Legislativa realizada na manhã de ontem, os deputados estaduais da oposição tiveram a coragem de manobrar contra a aprovação do projeto de lei da governadoria que autorizava o Executivo a adquirir uma área pelo valor de R$ 215 mil para construção do novo IML.
Com o regimento debaixo do braço, o deputado Francisco Gedda (PTN) pediu verificação de quórum, mas curiosamente os parlamentares presentes não registraram presença. Foi preciso o líder do governo, Fábio Sousa (PSDB), chamar a atenção:
– Peço à assessoria que ajude o deputado Karlos Cabral (PT) a registrar presença. Ele não deve saber como o sistema funciona.
À medida que se evidenciava a má-fé da oposição, deputados aliados ao governo manifestavam repúdio. “O ato de vocês é vergonhoso”, disse Júlio da Retífica (PSDB). “Quero ver o dia que tiver um da família de vocês precisar do IML”. Carlos Antônio (PSC), igualmente revoltado, disse que a matéria era de interesse dos goianos, e não do governo.
Enquanto a lengalenga da verificação de quórum ia se arrastando, os deputados da oposição tentaram sair do plenário de fininho. Fábio Sousa reclamou ao microfone: “Assim não dá. Deputado pede verificação e vai embora”. Envergonhado, Gedda gritou do outro lado: “Eu estava indo beber água”.
Quando ninguém mais da oposição escondia que a oposição queria obstruir a obra do IML em uma tentativa infantil de prejudicar o governo, o deputado Bruno Peixoto (PMDB) entregou o ouro:
– É regimental e é licita qualquer manobra que nós fizermos. Trata-se de um ato político da oposição. Deputado Gedda tem o direito de se posicionar como quiser.
José Essado ainda tentou dar uma explicação furada:
– Tudo bem que o governo queira investir no IML de Aparecida, mas tem que reestruturar os outros primeiro.
E assim o caldo da oposição engrossou mais uma vez e eles foram obrigados a desistir da manobra. Desmoralizados e a contragosto, ajudaram a aprovar a aquisição do terreno para o IML.
Atos como esse mostram que a oposição aposta, sim, no “quanto pior, melhor”. Infelizmente.