O marqueteiro Duda Mendonça, em sua palestra aos peemedebistas e entrevista à imprensa nesta quarta-feira, deu a impressão de estar improvisando argumentos, na hora, em vez de apresentar uma visão coerente e estruturada sobre as próximas eleições em Goiás.
Olha essa: segundo Duda, o “povo goiano” tem orgulho da empresa de Júnior Friboi, a JBS-Friboi, que começou com um humilde açougue em Anápolis e se transformou na maior multinacional de carnes do mundo. De acordo com o raciocínio do marqueteiro, esse “orgulho” será facilmente transferido para a pessoa de Júnior Friboi e ele, resumindo, poderá se eleger governador de Goiás.
Simples, não.
Mas a verdade é outra. A JBS-Friboi de fato começou em Goiás, mas, depois que decolou, nunca mais se interessou por Goiás. A empresa, globalizada, tem sede em São Paulo e não tem mais nenhuma ligação com o Estado onde teve origem. Para a JBS-Friboi, Goiás não existe. Tanto que, ao investir de na construção de mais um frigorífico, os irmãos Batistas escolheram o Estado do Tocantins, que deverá contar ainda este ano com mais uma unidade da JBS-Friboi, com capacidade de geração de quase 20 mil empregos. Em Goiás, no momento, não há investimentos do grupo.
Com exceção de Júnior, que “modestamente” quer ser governador, nenhum membro da poderosa família Batista reside em Goiás ou sequer tem laços com o Estado. Nunca, em tempo algum, o grupo procurou se identificar com a sua terra natal. Não há contato nenhum. É um chute de Duda afirmar que “os goianos têm orgulho do JBS-Friboi”.
Fora os negócios, o JBS-Friboi também não cultiva nenhum outro tipo de relacionamento com Goiás. Não aplicam aqui um centavo das verbas da empresa que, descontadas do Imposto de Renda, podem ser investidas em obras culturais ou sociais. Nada, nada, absolutamente nada.
Por que os goianos teriam “orgulho” da JBS-Friboi? E por que repassariam esse sentimento de “orgulho” para a figura de Júnior Friboi, que não tem no currículo nenhuma ação positiva e concreta a favor dos goianos?