O controlador da holding J&F (JBS-Friboi), Joesley Batista, que é irmão de Júnior Friboi, e a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello (que está presa), foram indiciados pela Polícia Federal sob a acusação de fazer empréstimos cruzados entre instituições financeiras nas quais têm participação. O caso é mostrado em reportagem do Estadão nesta quarta-feira.
Consideradas ilegais, as operações envolveram empréstimos de R$ 160 milhões. A pena pelo crime contra o sistema financeiro pode chegar a seis anos de reclusão, além de multa. O Banco Rural foi fechado pelo Banco Central e é o banco que operou o mensalão do PT.
A PF afirma que as empresas recorreram à troca de empréstimos numa operação conhecida como “chumbo cruzado”, muitas vezes usada para simular negócios e inflar balanços. Em outra investigação, o Banco Central também viu irregularidades nos empréstimos entre o banco Rural e o banco Original, que pertence à J&F.
A investigação da Polícia Federal chamou a atenção para empréstimos feitos em datas muito próximas entre empresas dos dois grupos. Segundo a apuração, o banco Rural emprestou R$ 80 milhões ao grupo J&F Participações S/A e à empresa Flora Produtos de Higiene e Limpeza, que pertence ao J&F, em 22 de dezembro de 2011.No mesmo dia em que as empresas do grupo J&F receberam os empréstimos em suas contas no banco Rural, o dinheiro foi transferido às contas no banco Original.