Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Hoje, o presidente do PMDB, deputado Samuel Belchior, revela preocupação com a desmotivação do ex-prefeito Iris Rezende.
Veja a reportagem:
“Precisamos motivar Iris”, conclama Belchior
Ex-prefeito é tido como certo na composição do PMDB e PT para as próximas eleições
Loren Milhomem
Ainda sem aparecer e provocar movimentações na cena política, o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) é tido como certo na composição entre PMDB e PT para as eleições do próximo ano. Mesmo que não se candidate novamente ao governo do Estado – o que não é descartado nem pelo PMDB, nem pelo PT –, companheiros acreditam que a maior liderança peemedebista possa tentar vaga ao Senado ou, no mínimo, influenciar de forma decisiva a formação da chapa oposicionista. Mas, para o presidente do diretório regional do PMDB, deputado Samuel Belchior, Iris tem se mostrado desmotivado e é preciso que a legenda trabalhe para trazê-lo de volta à cena política e, assim, reerguer a oposição, que tem se descoberto fraca e desunida.
Belchior diz que entre as pesquisas que o partido tem em mãos Iris tem liderado em todas, inclusive com larga diferença ao governador Marconi Perillo (PSDB). “Então, poderia ser o candidato se quisesse, mas cabe a ele decidir”, pondera. O deputado admite desmotivação por parte de Iris. Desde 2010, lideranças chegaram a cogitar que o líder peemedebista poderia se aposentar da vida pública, e a crença foi sustentada pelo afastamento de Iris das ações do partido. As conversas são de que ele trabalha nos bastidores e que, a exemplo de Marconi, anunciará seu posicionamento na chapa somente no próximo ano. Belchior desconversa as movimentações “no escuro”, e reitera: “Perfeitamente, ele está realmente desmotivado. Ainda não sabemos qual será a atitude dele. Caso não seja o candidato a governador, pode ser a outro posto, senão, ele pode até ajudar o candidato. O que sei é que precisamos trabalhar para motivar Iris, porque senão ele vai acabar desanimando, e vamos sentir falta dele nas eleições”, aconselha.
Assim como os outros colegas de legenda, Belchior tem consciência da força que Iris ainda emprega ao partido, mas vai além: “No meu ponto de vista, ele sendo ou não candidato, vai ser o divisor de águas. Quem ele apoiar é quem vai ganhar as eleições”, prevê. Enquanto isso, o PMDB tem buscado se fortalecer no interior, mesmo sem o respaldo de Iris nas visitas que começarão fazer às regiões. O grupo de peemedebistas liderados por Belchior traçou projeto de começar no próximo dia 5 a caravana pelo Vale do São Patrício, onde conta com a maioria de prefeitos peemedebistas e petistas.
Belchior disse que o intuito das visitas é conhecer as expectativas da população e, a partir disso, começar a montar o plano do partido para a sucessão estadual. “Fazemos muito mais ouvir do que falar, e tem sido muito importante para nós porque vai dando o norte e o caminho que temos de seguir em 2014. Dia 5, vamos começar primeiro em Uruana e, em seguida, Carmo do Rio Verde, Ceres, Ipiranga de Goiás, Nova América, fechando o encontro regional em Rubiataba. O que estamos fazendo é mobilizar o Estado inteiro, mobilizar as regiões para que elas possam estar cada vez mais entoadas conosco, preparadas para as eleições de 2014,”
O deputado, que é tido como um dos nomes para disputar a sucessão estadual, e já foi até lançado candidato em um dos municípios visitados recentemente, reitera que o partido dificilmente abrirá mão de lançar o nome ao governo do Estado, mas considera que ainda há pontos a serem ajustados para isso. “O PMDB é um partido muito grande. Aonde você vai, vê a força que ele tem em todos os municípios. O que precisa é aparar alguns parafusos nessa engrenagem e preparar para a guerra em 2014”, diz. Belchior acredita em chapa única, embora, a exemplo de 2010, a chamada terceira via poderá estar no páreo, uma vez que alguns nomes já externaram desejo de se lançar candidato, como o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM). “Mas vamos conversar o máximo possível, convergir interesses e montar uma boa chapa única da oposição em 2014”, crê.