Responde aí, leitor: se você fosse rico, dono de empresas milionárias em Goiás, Bahia, Pará e Pernambuco, morando em uma mansão gigantesca no Alphaville, proprietário de um King Air de R$ 5 milhões de reais, você gastaria o seu valioso tempo viajando para uma corrutela como Bela Vista, para passar o dia participando de uma reunião com alguns gatos pingados sem nenhuma expressão ou importância social ou política?
Claro, a sua resposta é não.
No caso de Vanderlan Cardoso, um dos homens mais financeiramente afortunados de Goiás, que meteu na cabeça a ideia de governar o Estado, a resposta é outra.
É: sim.
Nesta segunda-feira, Vanderlan vai para Bela Vista, cidade com menos de 20 mil eleitores, onde falará em uma reunião que, como sempre, contará com um público mixuruca, sem lideranças políticas de peso.
Aliás, nos últimos três anos e cinco meses, desde que perdeu a eleição de 2010, Vanderlan vem semanalmente fazendo exatamente isso: ele vai aos municípios, participa de reuniões sem público, dá entrevistas a veículos de comunicação sem penetração e sem audiência, visita lideranças desconhecidas ou, caso contrário, conhecidas, mas de partidos que nunca irão apoiá-lo, e acha que está fazendo “campanha” para as eleições de outubro próximo.
Isso não é campanha. Isso é perda de tempo. E tanto é que as pesquisas Grupom e Serpes, divulgadas neste fim de semana, comprovaram que Vanderlan não conquistou um único voto a mais desde que teve 16,6% dos sufrágios na eleição de 2010. Teve 16,6% e continua com 16,6%, segundo tanto o Grupom quanto o Serpes. Andou, viajou, visitou, falou e… nada.
A verdade dói, mas precisa ser dita: Vanderlan é candidato dele mesmo e da sua vaidade em ser um empresário bem sucedido (o que conseguiu), em viver bem (o que conseguiu) e chegar ao posto máximo da política em Goiás, o de governador (o que, pelo que indicam as pesquisas, jamais conseguirá).
Será que a visita a Bela Vista vai mudar essa triste situação?