A candidatura do ex-prefeito Antônio Gomide a governador, segundo os estrategistas da base aliada do governador Marconi Perillo, só prejudica a oposição. Gomide acentua a divisão oposicionista – no momento – em quatro nomes, que deverão convergir para três (com a decisão entre Júnior Friboi e Iris Rezende) a partir do início da campanha.
O raciocínio de que Gomide teria importância, por tirar os votos que Marconi sempre teve garantidos em Anápolis, não incomoda. É que, devido à pouca estrutura do PT no Estado e ao isolamento do candidato, ninguém acredita que o petista iria para o segundo turno. Assim, na etapa decisiva, os votos de Anápolis (impenetrável a quaisquer outros nomes) retornariam para a reeleição do governador.
Mais importante, entende uma fonte do Palácio das Esmeraldas, é o tempo de televisão que Gomide está subtraindo ao PMDB. Com o lançamento do petista, a campanha peemedebista cairá para o terceiro lugar em extensão no horário do TRE, atrás do bloco liderado pelo PSDB, em primeiro, e do próprio PT, em segundo.
Mais ainda: com Gomide na disputa, o tempo da oposição na campanha televisiva também ficará completamente fragmentado, o que impedirá a apresentação pedagógica de um projeto alternativo coerente para o Estado. Em 1998, como candidato único da oposição, Marconi teve à sua disposição mais de 10 minutos para o seu programa eleitoral, o que facilitou e viabilizou a formulação de uma proposta convicente de alternância de poder para o Estado.