Veja matéria do jornal O Popular:
Erosões viram caso de polícia
Dema pede o indiciamento de secretários municipais por não trabalharem para evitar problema
Vandré Abreu 26 de abril de 2014 (sábado)
O delegado titular da Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema), Luziano Severino de Carvalho, pediu à Justiça o indiciamento dos secretários Fábio Camargo Ferreira, do Meio Ambiente, e Mário José Vilela, de Obras, de Aparecida de Goiânia. Carvalho afirma que ambos e as secretarias que comandam deixaram de cumprir obrigações em relação às erosões do Parque Tamanduá, no Setor Residencial Garavelo Park, e na Avenida São Paulo, na Vila Brasília.
Ferreira, escolhido pela prefeitura de Aparecida de Goiânia para falar sobre o caso, indica que o objeto do pedido do delegado perdeu a função desde o dia 23, quando foi assinada a ordem de serviço com o Consórcio Garavelo, para a realização das obras no Parque Tamanduá. As obras na Avenida São Paulo também já teriam sido iniciadas. “A gente está cumprindo a obrigação e iniciamos as obras para resolver os problemas. Vamos comunicar o delegado sobre o que finalizamos nos últimos dias para que ele possa tomar sua decisão”, disse o secretário municipal do Meio Ambiente.
Carvalho refuta alterar o inquérito, que já está finalizado desde quarta-feira. “O crime é deixar de cumprir as obrigações. Meio ambiente é manutenção e isso eles não fizeram, deixaram a erosão ocorrer”, diz. Sobre o Parque Tamanduá, o delegado lembra que a situação é grave há três anos e a erosão quintuplicou de tamanho desde o ano passado. “São problemas que vêm de muito tempo”, pontua Luziano.
A reportagem do POPULAR esteve nos dois locais na tarde de ontem e verificou que havia muitos operários e caminhões na Avenida São Paulo, trabalhando pela reforma da via. Ferreira conta que a obra, com custo de R$ 1,8 milhão, vai instalar novos bueiros, refazer a ponte e todas as obras de reestruturação na via. A explicação do secretário para a erosão é que o terreno do município é muito suscetível a esses problemas. “A ponte que havia lá não seguiu o leito do córrego e a água ia lavando por baixo, até que a estrutura cedeu.” Os recursos para a obra provêm de um financiamento da prefeitura com o Banco Andino.
O cozinheiro Cleidioney Moreira dos Santos, de 30 anos, mora na Vila Maria e trabalha em um restaurante no Setor Marista, em Goiânia. Todos os dias ele vai ao trabalho de bicicleta e, desde fevereiro, tem de sair mais cedo de casa para chegar ao trabalho a tempo. Ele utiliza a calçada da via para atravessar a Avenida São Paulo. “O problema é a noite, com risco de acidentes.”
Problema continua em parque
26 de abril de 2014 (sábado)
As erosões no entorno do Parque Tamanduá continuavam, até a tarde de ontem, sem qualquer ação de operários. O aposentado Manoel Florenço de Barros, de 68 anos, que mora em frente a uma erosão que já tomou conta de metade da rua, afirmou que trabalhadores estiveram no local na quarta-feira para fazer a medição dos buracos. A licitação para a realização da obra foi finalizada em março deste ano e a ordem de serviço foi assinada na quarta-feira. O vencedor foi o Consórcio Garavelo, composto pelas empresas Sobrado Construção e Arte Construções Eireli, ao custo de R$ 19 milhões.
A prefeitura vai custear R$ 1 milhão da obra e os recursos restantes são da União, via Ministério da Integração Nacional. Fábio Ferreira explica que os recursos chegaram no fim do ano passado e, como a prefeitura havia decretado estado de alerta para o Parque Tamanduá, não havia necessidade de licitação, mas achou melhor realizar o processo.