domingo , 19 maio 2024
Goiás

Prefeito demite Cairo Peixoto antes que ele dissesse qual a culpa de Iris pelo déficit de 40 milhões

Já faz um tempo que Cairo Peixoto vinha fazendo o que ninguém faz na prefeitura de Goiânia: contar a verdade. Seja qual for o assunto, o procedimento básico é sempre mentir – ou na melhor das hipóteses, omitir.

Assim também era com as finanças da administração municipal. Na época do ex-prefeito Iris Rezende, quem cuidava do cofre era Dário Campos. Dário cedeu a cadeira para Reinaldo Barreto e este, por fim, a entregou a Cairo. Só então veio à tona a informação de que existe um déficit de R$ 40 milhões por mês nas contas do município – a respeito do qual Dário e Reinaldo, estranhamente, nunca falaram.

O problema é que a verdade dói, e doeu no prefeito Paulo Garcia (PT) quando Cairo o acusou de engavetar um plano de contenção de despesas que economizaria os R$ 40 milhões em detrimento de outro, tirado da cartola, que proporcionou desafogo de apenas R$ 1,5 milhão.

Doeu também em Luciano de Castro, presidente exonerado da Comurg, que foi no mínimo omisso com o festival de falcatruas praticado no órgão nos últimos anos. Doeu em Iram Saraiva Júnior, chefe de gabinete do prefeito, que Cairo acusou de esconder as verdades relativas às contas da administração do prefeito.

As palavras duras, porém sinceras de Cairo Peixoto também devem ter ferido os gênios da comunicação do PT, para quem a mentira e a falsidade valem mais porque são o caminho para manter ao alcance de suas agências de publicidade as tetas gordas do Paço Municipal.

Durou pouco menos de quatro meses a passagem meteórica de Cairo pela Secretaria de Finanças. O substituto, Jeovalter Correia, chega com a missão de calar a boca. Ninguém aguenta mais crise na prefeitura.

É uma pena, porque restou ainda uma questão a ser esclarecida: como surgiu esse déficit de R$ 40 milhões? Quem é o responsável pelo desequilíbrio nos balancetes da administração? Onde está o dedo de Iris Rezende nessa história mal contada?

Não merecemos a verdade? Merecemos. Ainda que ela doa.