Trecho de reportagem publicada no site da Rádio 730
Uma possível opção para Goiânia, que tem mais de um milhão de veículos circulando pelas ruas, seria o uso das bicicletas, que além de ser uma medida sustentável, diminuiria a quantidade de carros e motos no tráfego. Porém a total falta de estrutura cicloviária torna inviável o transporte ciclístico na cidade.
A implantação de 102 km de ciclovias está prevista para até o final da gestão do prefeito Paulo Garcia. O Plano Diretor da capital, de 2007, estabelece que sejam implantados sistemas cicloviários suficientes para atender à demanda e à conveniência do usuário da bicicleta. Seis anos depois, foram construídos somente 3 km de extensão dessa estrutura. A única ciclovia da capital está situada na Rua 10, Setor Central, porém, segundo especialistas, foi construída de maneira irregular.
O Conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás – CAU, Fernando Chapadeiro, explica que há requisitos para a implantação de ciclovias que não foram totalmente atendidos no corredor universitário. A pista deve ser iluminada e sombreada por vegetação; ser bem identificada e sinalizada; oferecer visibilidade e previsibilidade, proporcionando ao ciclista visão e a capacidade de prever a ação do veículo na interseção; e ainda oferecer conforto com uma superfície regular e antiderrapante. “Não é simplesmente um pavimento colorido que vai levar o usuário a utilizar a bicicleta como meio de transporte. Com poucos meses que foi inaugurada a ciclovia da Rua 10, já podemos identificar problemas de execução da obra”, critica Chapadeiro.
O especialista em Planejamento Urbano e Ambiental defende a implantação de um circuito cicloviário para atender quem usa a bicicleta para ir trabalhar, estudar ou até mesmo como instrumento de trabalho. Chapadeiro censura a posição da prefeitura da capital, que não investe em obras para melhorias no trânsito suficientemente, já que é primordial pensar, além das ciclovias, em ciclofaixas e bicicletários, para haver a integração da bicicleta no tráfego. “É um apanhado de ações que devem ser realizadas para atender a segurança e o conforto do ciclista. E não é possível identificar essas ações da prefeitura. O que nós vemos é apenas a mera construção de uma ciclovia e não o planejamento de uma rede cicloviária.”