Em editorial, nesta quinta-feira, o jornal O Popular ressalta as vantagens que o Daia, o distrito agoindustrial de Anápolis, apresenta para quem quer investir em Goiás.
Grandes empresas, como a Hyundai, já estão instaladas no Daia, que tem uma infraestrutura consolidada e pronta para receber novas fábricas.
Mesmo assim, o empresário Vanderlan Cardoso preferiu levar os seus investimentos industriais para um outro distrito industrial, o de Caruaru, em Pernambuco.
É uma pena. O distrito de Caruaru tem poucas ruas asfaltadas e enfrenta problemas graves de infraestrutura. Falta tudo: a desapropriação dos terrenos não foi concluída, acessibilidade ao local é precária, as poucas ruas asfaltadas estão precisando de recapeamento e há problemas com os serviços de água, energia e saneamento do local.
E isso sem falar na falta de segurança, que deixa de cabelos em pé quem resolveu investir no distrito industrial de Caruaru (lembrando que o Daia, em Anápolis, não registra ocorrências policiais há anos e anos).
Vanderlan, quando questionado sobre a sua preferência por Pernambuco, em vez de Goiás, para investir R$ 115 milhões na construção de duas fábricas, uma de salgadinhos (duas vezes maior que a Myco’s de Senador Canedo) e outra de motos e triciclos, alega que os custos de frete para o Nordeste inviabilizaram a construção dessas indústrias aqui no Estado.
Mas essa é uma explicação parcial. No caso dos salgadinhos, pode até ser. Mas, quanto a montagem das motos e triciclos, não. O regime automotivo brasileiro compensa as diferenças de custos com transporte, tanto que há fábricas de automóveis espalhadas por todo o país. Inclusive em Goiás, onde a Hyundai, a Suzuki e a Mitsubishi fabricam automóveis e enviam para todos os Estados brasileiros, inclusive os do Nordeste, sem prejuízo algum.
OU seja: existe um polo metalmecânico em Goiás, aprovado por algumas das maiores montadoras do mundo, mas não por Vanderlan – que achou Pernambuco melhor e foi aplicar lá o seu dinheiro, para gerar empregos e riquezas para… os pernambucanos.