O deputado federal Ronaldo Caiado, candidato a senador na chapa de Iris Rezende, nunca venceu uma eleição majoritária na sua vida. Caiado só contabiliza vitórias em eleições proporcionais, ganhando seguidamente vários mandatos para a Câmara Federal. Para cargos executivos, jamais.
Ele já enfrentou duas eleições majoritárias e, em ambas, saiu-se muito mal. Foi candidato a presidente da República e ficou em sétimo lugar, na eleição vencida por Fernando Collor. Apuradas as urnas, Caiado, que fazia campanha aparecendo na televisão montado em um cavalo branco, teve menos de 1% dos votos.
Caiado disputou também o Governo de Goiás, em 1994, enfrentando Maguito Vilela e Lúcia Vânia. Chegou a experimentar uma ascensão nas pesquisas, mas aos poucos, com seu estilo agressivo e batedor, entrou em queda. Nos debates, foi massacrado por Maguito, apesar de entrar na campanha anunciado como um grande e vitorioso debatedor. Assim, ao sair o resultado, ficou em terceiro lugar.
Quando se diz que um político não tem “perfil majoritário”, o que se quer expressar é que ele não consegue ir além da representação de segmentos específicos da população. No caso de Caiado, ele é uma espécie de ponta de lança dos produtores rurais no Legislativo e só. Não consegue falar pela grande maioria da população.
E por isso que ele, Caiado, só se elege deputado federal, como instrumento parlamentar de uma categoria, os ruralistas. Agora, como candidato a senador, uma posição que a Constituição define como “representante do Estado”, o desafio para Caiado é superar as suas características de agressividade e de particularidade, para convencer o eleitorado de que pode ser a voz de todos no Senado Federal.