quinta-feira , 2 maio 2024
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Vanderlan oscila 1 ponto. Para O Popular, isso é “avanço” e merece manchete de 1º página. Já Marconi alcançar 50% dos votos válidos, não interessa

O jornal O Popular trata o governador Marconi Perillo muito mal.

Um exemplo são as matérias periódicas sobre pesquisas. Os jornalistas que escrevem os textos se esforçam para minimizar os números favoráveis ao governador. Quando é a vez de Fabiana Pulcineli, por exemplo, ela costuma ressaltar em manchete o número de indecisos na pesquisa espontânea, para sugerir que a eleição ainda está em aberto (um critério que nenhum veículo sério da imprensa nacional adota, já que o cenário que define as intenções de votos é o estimulado e nunca o espontâneo).

Pois bem: neste domingo, O Popular publica a segunda pesquisa Serpes, consecutiva, que mostra Marconi em condições plenas de vencer no 1º turno. Na soma dos votos válidos, o tucano tem 50%, exatamente a soma de todos os seus adversários. Na pesquisa anterior, também do Serpes, Marconi tinha 0,2% décimos a mais e venceria no 1º turno.

O detalhe, como era de se esperar, foi ignorado nas duas publicações. Ao contrário, O Popular, em matéria de Caio Salgado (aquele da pergunta sobre o Goiás 24 Horas no debate promovido pelo jornal), preferiu destacar, em manchete garrafal de 1º página, que “Vanderlan avança”. Olha só que piada, leitor: o próprio jornal publica o gráfico da evolução das intenções de voto de Vanderlan, que começa em junho com 9%, sobe e desce nas pesquisas subseqüentes e chega à deste domingo com 10%. Crescimento, portanto, de 1 ponto, que, para Caio Salgado e O Popular significa que “Vanderlan avança”.

Na matéria, Caio Salgado segue a sua mestra Fabiana Pulcineli e se desdobra na tentativa de desconstruir os 50% alcançados por Marconi. Em vez de dizer objetivamente que , se a eleição fosse hoje, o tucano poderia, sim, ganhar no 1º turno (o que é, repetindo, uma verdade objetiva extraída da pesquisa), o rapaz gasta quase a metade do texto para garantir aos leitores que a possibilidade da eleição se encerrar em turno único é quase inexistente.

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