O leitor Edmar Lázaro Borges escreveu carta ao jornal O Popular, publicada nesta quinta-feira, criando uma metáfora interessante: se concretizada, a filiação de Júnior Friboi ao PMDB representará “velório da história do partido”.
Edmar Lázaro Borges, na verdade, é advogado estabelecido em Goiânia e já foi candidato de oposição à presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de Goiás.
Na carta, ele relembra as lutas políticas do PMDB e diz que “a história desse cavalheiro (Júnior Friboi) é empresarial e não passa pela política partidária”.
Entre outras críticas, Edmar comenta as fotos de um encontro do empresário com políticos do PMDB, em que todos aparecem em postura de “bajulice”.
E arremata: “Na verdade ele age como o patrão, o todo poderoso senhor que tudo pode e sabe muito bem como conseguir o que deseja. Ocorre que Goiás não precisa de senhor e nem de patrão, mas de um excelente administrador público e que beba nas fontes da democracia”.
Leia a carta na íntegra:
Friboi
Ao ler a notícia da filiação do Júnior do Friboi ao PMDB, ilustrada com a imagem dele à frente de um grupelho que imagino serem políticos ligados à sigla, todos com seus sorrisos amarelos, próprios dos incomodados com a imagem da própria bajulice, imaginei: que saudades do MDB do fiel amigo Luiz Soyer, do antigo Iris Rezende, de Franco Montoro, Ulysses, Covas e de tantos outros grandes políticos, hoje sem herdeiros. Movimento que, grávido de tantos futuros partidos que hoje perderam o que nunca tiveram, a identidade, pariu o PMDB. Dos filhotes, salvou-se, com recaídas, o PSDB. Saudades até do hoje DEM, filhote da Arena. É o mais autêntico de todos os partidos.
Por onde andará aquele PMDB, que em 1982 desapeou a Arena em Goiás e em tantos outros Estados? Por onde andará o PMDB que lutou pela liberdade de imprensa e hoje se alia a um PT que prega o retrocesso e tromba com o mundo contemporâneo ao tentar impor goela abaixo da Nação a censura aos meios de comunicação?
Se concretizada, a filiação do senhor Júnior do Friboi reflete o velório da história do PMDB histórico, construído e mantido por homens que fizeram história, já que a história desse cavalheiro é empresarial e não passa pela política partidária.
Na verdade ele age como o patrão, o todo poderoso senhor que tudo pode e sabe muito bem como conseguir o que deseja. Ocorre que Goiás não precisa de senhor e nem de patrão, mas de um excelente administrador público e que beba nas fontes da democracia.
Creio que, assim como eu, a maioria dos goianos, que já não suportam mais as péssimas e fogueteiras administrações estadual e da capital, desejam e merecem alguém que entenda menos de bois e mais de gente.
Edmar Lázaro Borges
Setor Jaó – Goiânia