A Câmara Municipal de Goiânia há muito não passa por um momento tão tenso como esse: centenas de estudantes tomaram o plenário nesta manhã, dia 25, para protestar contra as modificações que estão sendo votadas em referência ao Plano Diretor.
Os estudantes tentaram, inclusive, invadir o plenário, mas foram impedidos pela Guarda Municipal. Um dos vereadores, Paulo Magalhães (PV), gritou contra Clécio Alves (PMDB), presidente da casa: “Presidente, ninguém deve controlar os estudantes!”.
As palavras de ordem abalam as estruturas do plenário. Em resposta a truculência de Clécio Alves, que defende as medidas para destruir o meio ambiente na região Norte da Capital, Djalma Araújo, sem voz no plenário, tuitou: “Quanto mais a população pede para ser ouvida mais é ignorada pelos vereadores”.
A plateia chamava de ‘vendidos’ os vereadores que votavam à favor do poder econômico. “Isso é tribuna, tribuna, tribuna popular”, gritavam os estudantes, em sua maior parte da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Os estudantes lembraram que no caso do atendimento da empresa Hipermarcas, o ex-prefeito Iris Rezende ganhou R$ 1 milhão como financiamento de campanha.
Uma das pessoas mais vaiadas durante a manhã é a vereadora Célia Valadão (PMDB), líder do prefeito na Câmara.
Alguns dos vereadores, dentre eles Clécio Alves, chamaram policiais da Rotam. Elias Vaz imediatamente tomou o microfone: “Se acontecer aqui uma tragédia, eu não sei não, presidente! Rotam é para bandidos de alta periculosidade!”
Clécio Alves então defendeu a presença da polícia: “Democracia impede o exagero. A Polícia está aqui para dar segurança a todos no plenário e assim será feito”.
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