A indústria goiana fechou o ano de 2012 com desenvolvimento equilibrado em todas as variáveis, segundo o balanço da atividade industrial da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg). O relatório, divulgado ontem, mostra crescimento na massa salarial, vendas, produção física e exportações, o que deverá levar a um avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do setor. A preocupação, que pode interferir em resultados futuros, é a desaceleração nos níveis de investimentos.
No ano passado, a produção física da indústria goiana avançou 3,8% diante de uma queda de 2,7% observada no cenário nacional. Impulsionou para o resultado positivo um crescimento de 27,3% nas exportações, com saldo de pouco mais de US$ 2 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “Não são apenas commodities. Nesse crescimento tem muitos itens exportados com ganho pela industrialização e não apenas itens in-natura”, diz o economista da Fieg, Wellington Vieira. Goiás teve o segundo maior crescimento de produção, atrás só da Bahia.
Com produção maior, as vendas cresceram 4,75%, também acima do resultado observado no País, que fechou o ano em 2,4%. A atividade industrial goiana gerou quase 23 mil novos empregos em 2012, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em todo o Brasil, o nível de empregos foi ampliado em 246.624 postos de trabalho no ano passado. Goiás contribuiu com 9% desse resultado.
A ampliação na massa trabalhadora resultou em um total de 346,7 mil trabalhadores empregados na indústria goiana. No País, 11.765 milhões de pessoas estão empregadas atualmente na indústria.
Segundo o presidente da federação, Pedro Alves de Oliveira, fatores como a queda da taxa básica de juros (Selic), de 10,5% para 7,25%, durante o ano passado, o bom desempenho do agronegócio, com maior produção de grãos e carnes contribuíram com o desempenho goiano.
Merecem destaque, ainda, os investimentos realizados pelas indústrias goianas nos últimos anos e a maturação de projetos do Produzir que estimularam a instalação de empresas como a Anglo American, em Barro Alto, a Bonduelle e Fujine em cristalina e mais recentemente a Hypermarcas, em Anápolis.
Apesar do crescimento, alguns fatores, ou “gargalos”, enfrentados pela indústria, impediram um crescimento maior. Entre eles, a redução de investimentos através do Produzir, BNDES, FCO.
Tendências para 2013
As possíveis dificuldades encontradas pela indústria nacional poderão resultar em cenário pouco otimista. Os reflexos devem passar por Goiás, mas em escala menor. A economia brasileira deve ter melhor desempenho que em 2012 e o PIB pode crescer entre 3% e 4%. Este ano, o cenário esperado é o de retomada do crescimento da indústria brasileira (até 4%). Goiás, por sua vez, deve presenciar uma continuidade do crescimento, podendo ampliar seu PIB em 6%.
Com relação aos postos de trabalho, é esperada uma continuidade no crescimento, embora a previsão seja de uma alta pouco inferior à encontrada no ano passado, de até 5% somando mais 15 mil a 20 mil novas vagas.
Também são motivos de otimismo possíveis melhorias das condições de infraestrutura, com reforma das estradas estaduais, continuação da Ferrovia Norte-Sul e conclusão da BR-060 até Jataí. A possibilidade de redução dos custos de energia, a continuidade dos incentivos fiscais, que passam por forte pressão do governo federal para o fim da “guerra fiscal”, a política federal de redução de juros para o setor produtivo com tendência de manter níveis baixos em 2013 também podem influenciar o setor positivamente este ano