Quem leu a entrevista de Ronaldo Caiado ao O Popular, nesse domingo, deve ter ficado estarrecido: o líder ruralista se apresenta como o grande nome para a sucessão de 2014, adianta medidas pontuais do seu futuro governo e derrama elogios para si próprio.
Ora, as experiências eleitorais anteriores de Caiado não o credenciam a nada disso. Em eleição majoritária, ele é ruim de tudo: de campanha, de debate e, principalmente, de voto.
Já foi candidato a governador de Goiás, em 1994, e ficou em terceiro lugar. Fez campanha muito agressiva, que assustou, mas não convenceu o eleitorado. Nos debates, a grande surpresa: foi massacrado por Maguito Vilela – a tal ponto que corre até hoje a interpretação de que Maguito venceu justamente pelo seu desempenho nos debates (ele liquidou também a outra candidata, Lúcia Vânia).
Em 1989, Caiado foi candidato a presidente da República. Abria seus programas de televisão montado e empinando um cavalo branco, tal como o Zorro. Nos debates, em rede nacional, foi presença apagada. Também fez campanha agressiva e o resultado foi pra lá de ridículo: teve 0,68% dos votos (o vencedor foi Fernando Collor).
Em 2006, patrocinou a candidatura de Demóstenes Torres a governador. Novamente, orientou uma campanha de muita agressividade, que se voltou contra o candidato. E novamente a colheita foi desastrosa: Demóstenes teve menos de 100 mil votos, um resultado que não daria nem uma eleição para deputado federal.
Com esse passivo, Caiado vem agora, ele mesmo, se apresentar como uma alternativa imbatível para a eleição do ano que vem e já começa a pré-campanha com uma jogada “genial”: anuncia, na entrevista a O Popular, que no seu governo os políticos não terão influência.
Vai ganhar com a ajuda de quem, então?
Veja programa de Caiado em 1989