quinta-feira , 18 abril 2024
Goiás

Depois do outubro rosa, novembro azul, dezembro amarelo, Caiado lança o janeiro vermelho com o calote no funcionalismo

O funcionalismo público estadual e a sociedade goiana em geral estão acordando abruptamente do sonho eleitoral inventado pelo senador e governador eleito Ronaldo Caiado (DEM). Depois de afirmar que sua vitória tiraria Goiás do “caos”, restabelecendo o “orgulho pela goianidade”, ele se prepara para assumir anunciando medidas amargas, transformando o mar de rosas que prometeu entregar em um pesadelo, um janeiro vermelho.

Na quarta-feira, Caiado anunciou o calote nos salários. Disse que não tem compromisso algum com o pagamento da folha de dezembro e que vai priorizar o pagamento dos vencimentos de janeiro em diante. A Constituição Estadual diz que a administração tem até o dia 10 de cada mês para quitar a folha do mês anterior, sem alternância. Ou seja, o governador eleito não vê a existência de um Estado (instituição perene) mas de apenas governos (instituições passageiras).

Hoje, por determinação da equipe de transição de Caiado, todas as unidades administrativas do Estado estão informando seus servidores que, a partir de quarta-feira, todos estão submetidos ao ponto eletrônico de frequência. Ou seja, os servidores, que estarão no vermelho, terão de andar na linha para não sofrerem cortes nos salários desta data em diante.

É só o começo. O terrorismo fiscal e tributário de Caiado será ampliado e piorado – e muito – caso ele consiga enquadrar Goiás no chamado Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Com o RRF, Caiado poderá suspender aumentos, planos de carreira e concursos. Está desobrigado a celebrar convênios com as prefeituras e fazer propaganda oficial. Por outro lado, está autorizadíssimo a realizar privatizações e operações para tomar dinheiro de empréstimos – tudo com prazos mais céleres, menos burocracia e sem exigência de avais, como no caso do aumento do endividamento.

Depois do outubro rosa, novembro azul, dezembro amarelo, Caiado implanta o janeiro vermelho com o calote no funcionalismo.