Quem se apresenta como dono da verdade ou professor de Deus tem de se policiar para garantir um comportamento equilibrado, muita ética e sobretudo compromisso com a verdade, sem adjetivos.
Os promotores Hélio Telho (federal) e Fernando Krebs (estadual) tuitam 24 horas por dia como se fosse dotados das duas qualidades, acima dos mortais: donos da verdade e mestres divinos.
Semana passada, quando a Folha de S. Paulo, que eles vivem replicando, denunciou o Ministério Público de Goiás como um dos menos transparentes do Brasil, por dificultar o acesso à lista de salários dos seus servidores, os dois se calaram.
Vergonhosamente, na opinião do blog 24 Horas.
Agora, vem a Ordem dos Advogados do Brasil e diz que vai trabalhar a favor da PEC 37, que os dois tuiteiros chamam de “PEC da Impunidade”.
Calados de novo.
Não é “PEC da Impunidade” coisíssima nenhuma, esclareceu a OAB nacional. É a PEC do Estado de Direito, do regime democrático, do equilíbrio entre as partes que se digladiam no processo judicial, acusação e defesa.
Por que a acusação, que compete ao Ministério Público, deveria ter o direito de desenvolver investigações e assim criar um ambiente favorável para as suas teses? Quem acusa não pode comandar a investigação, porque isso compromete a isenção, quebra o equilíbrio entre as partes da ação penal.
O que o Ministério Público quer é superpoderes, sem controle nenhum. Isso é ditadura. É regime bolivariano. É autoritarismo.
É simples como uma fábula infantil: a parte que acusa não pode estar contaminada nem envolvida com o trabalho de investigação.
Os Telhos e os Krebs da vida são necessários. Mas que Deus nos livre dos Telhos e dos Krebs dotados de superpoderes.