Presidente da Força Sindical em Goiás, Rodrigo Carvelo, o Rodrigão, critica o governador Ronaldo pelo corte dos incentivos fiscais e garante que Mitsubishi não sai de Catalão.
Rodrigão disse ao Jornal Opção que o corte feito pelo governador Ronaldo Caiado vai onerar a fábrica em 8 a 9 milhões de reais por mês. A folha de pagamento dos 1500 funcionários é de 9 milhões. O sindicato fez um acordo: três meses sem demissões e prorrogou por mais três meses. “No momento, portanto, não está demitindo, por causa do acordo com o sindicato”, assinalou.
Ele disse que, se a empresa parar um dia, desconta do salário do trabalhador. “Mas pelo menos o emprego é mantido”, frisa. “A Mitsubishi não vai sair de Catalão. É mais fácil a empresa quebrar do que sair da cidade. Todos os carros da Mitsubishi passam por Catalão. Sublinho que, depois da empresa, Catalão cresceu e se tornou outra cidade, muito mais desenvolvida. A Mitsubishi chegou a responder por 51% do ICMS do município. As mineradoras estão há mais de 50 anos na cidade, mas a montadora, do ponto de vista econômico, representa mais para a arrecadação da prefeitura”.
Sobre demissões, Rodrigão declara que “é preciso verificar que, se 1500 trabalhadores forem demitidos [a empresa já teve 3 mil funcionários] resultam em 6 mil pessoas — os contratados e seus familiares — sem assistência e o mercado local não tem como absorvê-las. Os problemas do governo aumentariam em escala local e estadual. Portanto, retirar o incentivo fiscal da Mitsubishi não prejudica só a empresa. Na verdade, prejudica muito mais gente, aliás, toda a cidade e, também, o Estado”.