O jornalista do site A Redação, Alexandre Parrode, escreveu artigo para falar do protesto “Fora Marconi” marcado para esta terça-feira.
Leia o texto:
Por que “Fora Marconi”?
Goiânia – Há cerca de um semana, recebi um convite para a manifestação que vai ocorrer na próxima terça-feira (30/7), intitulada “Protesto na casa do Marconi”. Fico feliz em saber que nós goianos queremos vamos voltar às ruas e que estamos nos organizando para continuar lutando por nossos direitos. Desde junho, eu (e o mundo inteiro) revi meus conceitos sobre nós brasileiros – e, com efeito, sobre o poder das redes sociais.
No entanto, gostaria de ponderar e fazer algumas colocações sobre o movimento “Fora Marconi”. Para começar, devo ser honesto, e já confirmo que tenho afinidade com as políticas governamentais do PSDB e, consequentemente, com o governo Marconi Perillo. No entanto, isso não me impede de analisar fatos e fazer críticas aos mesmos, afinal, como jornalista e cidadão, este é meu papel.
Vale ressaltar que vou utilizar a expressão governo Marconi Perillo, pois, por mais que haja (ou não) sentimento de identificação com o gestor, devo me ater às ações da gestão 2011-1014 no comando do Estado de Goiás.
E este é o principal tópico do meu texto. Um grande número de pessoas, principalmente nós, os jovens, criou um sentimento de mal estar muito grande com o nome “Marconi Perillo”. Muitas delas, com pouco ou quase nenhum conhecimento das ações que este vem desenvolvendo no Estado, simplesmente não gostam por não gostar. Não sabem o que já foi feito, o que foi prometido e não cumprido, o que foi promessa de campanha e está sendo feito… Simplesmente criticam por criticar.
A imagem pública de Marconi se sobrepõe à de gestor. Os escândalos que o envolveram nos últimos dois anos, muitas vezes expostos de forma exagerada, construiu um sentimento de “ódio pessoal” contra ele.
E é aí que, para mim, peca o movimento. A discussão deveria estar em outro patamar. Os argumentos que vejo estão todos diretamente ligados à pessoa Marconi Perillo. Aliás, ao político Marconi Perillo. Agora, e como anda o Estado de Goiás?
Gosto muito da frase de Paul Valéry “Quem não pode atacar o argumento ataca o argumentador”. E é isso que vejo acontecer, principalmente, em Goiânia. Nos últimos discursos, o governador vem expressando o mesmo sentimento. Em um, ele disse algo como “Estou aqui entregando a obra, concluída em tempo recorde, com recursos próprios e com gastos mínimos. As pessoas que vêm para criticar é porque não gostam mesmo de mim. Como governador, estas não têm porque reclamar”.
Não sou contra a manifestação, nem tampouco defensor de Marconi Perillo. Longe disso… Se fez algo errado, há de se ver com a Justiça. O que quero trazer para mesa neste texto é que o “Fora Marconi” está vazio. Não vejo argumentos. Não vejo críticas à administração do Estado. Não vejo motivos para que o governador deva ser destituído do cargo.
Aliás, os números que vêm sendo divulgados provam que a gestão 2011-2014 está no caminho certo. Goiás, no quantitativo geral, foi o estado que mais gerou empregos no primeiro semestre, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
Goiás cresceu 16% no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011, foi o maior crescimento entre os Estados brasileiros, de acordo com o Ministério da Educação, e hoje ocupa o 5º lugar do índice. Segundo projeções, até o fim do ano estaremos na 3ª posição. Sobre os investimentos na UEG, já foi provado que o governo do estado repassa o exigido por lei.
O PIB de Goiás no ano de 2012 foi quase quatro vezes maior que o do Brasil. Crescimento de 3,8% comparado com os míseros 0,9% do “PIBão Dilma”. As exportações do Estado vêm batendo recorde atrás de recorde, somando os maiores valores de toda a história de Goiás. Basta colocar no Google “Exportação Goiás recorde”.
Goiás foi o primeiro estado a sancionar a lei do “Passe Livre”, via projeto do governador.
Na área da Saúde, as Organizações Sociais (OS) têm tido avaliações positivas no comando dos hospitais estaduais. É preciso que nós, como cidadãos, saibamos diferenciar o que é de responsabilidade do governo estadual e o que é de responsabilidade da prefeitura. Os problemas e escândalos recentes nos Cais de Goiânia não dizem respeito à administração Marconi Perillo. O repasse, exigido em lei é feito para o Paço Municipal. Se a administração consegue, ou não, investí-los de maneira adequada, é outra história.
No quesito Segurança Pública, a gestão Marconi Perillo renovou, neste ano, toda a frota de veículos da Polícia Militar e Civil.E por aí vai…
Há problemas? Sim. Vários! A administração do governador Marconi Perillo é perfeita? Não mesmo. Não concordo com várias ações do Governo Marconi Perillo. Acho que muita coisa poderia, e deveria, estar diferente. Agora, cabe a nós avaliarmos o que não está sendo feito e, para tanto, protestar.
Ir às ruas somente para gritar “Fora Marconi” e acusar o governador das mais sortidas contravenções não é protestar. Na minha opinião, é só seguir a “moda”.
Virou “moda” odiar Marconi Perillo. Vejo, nas redes sociais criticas, piadas, caricaturas e perfis difamadores contra a pessoa. Então, ponderemos. O problema de quem concorda com o “Fora Marconi” é pessoal ou, verdadeiramente, revolucionário? Podemos afirmar então que, como gestor, está fazendo um bom trabalho e, consequentemente, fazendo o estado avançar?
A pergunta que ainda espera uma resposta é “Por que Fora Marconi”?
Tenho certeza que quando vamos às urnas não estamos elegendo só um político, uma pessoa. Se queremos um Estado (e País) melhor, é preciso que definamos o que ansiamos de verdade. Quais políticas não estão de acordo com o que acreditamos, quais ações devem ser adotadas, que tipo de investimentos e quais queremos para determinadas áreas.
A discussão deve sair do abstrato, vide “Pelo fim da corrupção”, “Por um País mais justo” e, também, “Fora Marconi”, e atingir o palpável, como “Pague a Data Base”, “Aumente os recursos para a UEG” e “Faça o Credeq! Cumpra o compromisso de campanha”!
Só, e somente só, desta maneira que realmente estaremos fazendo a diferença e protestando verdadeiramente. Gritar pela saída do gestor Marconi Perillo não é, a meu ver, algo justo. Nem com o governador, que foi legitimamente eleito, nem com Goiás, que cresce com sua administração.
Alexandre Parrode é repórter e colunista do jornal A Redação