terça-feira , 26 novembro 2024
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Brasil só piora: taxa média de desemprego é recorde em 20 Estados em 2020

A taxa de desocupação no Brasil foi recorde em 20 das 27 Unidades da Federação no ano de 2020. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quarta-feira (10/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No total do País, a taxa média anual subiu de 11,9% em 2019 para 13,5% em 2020, a maior da série iniciada em 2012.

No Estado de São Paulo, a taxa média de desemprego cresceu de 12,5% em 2019 para um auge de 13,9% no ano passado. A Bahia teve a maior taxa de desemprego média em 2020, de 19,8%. A menor taxa ocorreu em Santa Catarina, 6,1%. A taxa de desocupação no País teve um recuo estatisticamente significativo em cinco das 27 Unidades da Federação na passagem do terceiro trimestre de 2020 para o quarto trimestre do ano.

Nas demais 15 Unidades da Federação o resultado foi considerado estatisticamente estável. A taxa de desocupação do País no quarto trimestre foi de 13,9%, 0,7 ponto porcentual abaixo do resultado de 14,6% obtido no terceiro trimestre. As maiores quedas foram em Roraima (4,2 pontos porcentuais) e Maranhão (2,5 pontos porcentuais). As maiores taxas de desocupação no quarto trimestre foram registrada em Alagoas (20,0%), Bahia (20,0%), Rio de Janeiro (19,4%) e Pernambuco (19,0%). Os locais com as taxas mais baixas foram Santa Catarina (5,3%), Rio Grande do Sul (8,4%), Mato Grosso do Sul (9,3%) e Paraná (9,8%).

Ocupação
Segundo o IBGE, no intervalo de um ano, a população ocupada no país teve menos 7,3 milhões de pessoas, o que resultou no menor número da série histórica de médias anuais, de 86,1 milhões. Conforme a pesquisa, pela primeira vez, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o nível de ocupação ficou em 49,4%.

O nível de ocupação ficou abaixo de 50% no ano passado em 15 estados, sendo todos no Nordeste. Em Alagoas, apenas 35,9% das pessoas em idade para trabalhar estavam ocupadas. No Sudeste, no Rio de Janeiro apenas 45,4% tinham um trabalho. O estado com maior nível de ocupação no ano passado foi Mato Grosso, com uma taxa de 58,7%.

Informalidade
A taxa média de informalidade também sofreu impacto com a pandemia e caiu de 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020, chegando a 39,9 milhões de pessoas. Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, que trabalha por conta própria sem CNPJ e o trabalhador familiar auxiliar.

A taxa média nacional de informalidade foi superada em 19 estados. Entre eles, Goiás atingiu 39,1% e o Pará 59,6%. Em sete estados, a taxa foi acima de 50%. Já São Paulo (29,6%), Distrito Federal (28,2%) e Santa Catarina (26,8%) foram os que tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.

A analista da pesquisa Adriana Beringuy destacou que os informais foram os primeiros atingidos pelos efeitos da pandemia. Para ela, a queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. “Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano. Com menos trabalhadores informais na composição de ocupados, a taxa de informalidade diminui”, explicou.

Quarto trimestre
No último trimestre de 2020, a taxa de desocupação recuou para 13,9%, depois de atingir 14,6% no terceiro trimestre, o maior patamar já registrado na comparação trimestral. Conforme a Pnad Contínua, a queda foi registrada em apenas em cinco estados. Os demais ficaram estáveis. Bahia e Alagoas, ambos com 20%, tiveram as maiores taxas. Na sequência ficou o Rio de Janeiro, com 19,4%. As menores taxas foram notadas em Santa Catarina (5,3%), no Rio Grande do Sul (8,4%) e em Mato Grosso do Sul (9,3%).

“Quando olhamos para os dados regionalmente, vemos que a redução na taxa de desocupação não foi disseminada pela maioria das unidades da federação. Ela ficou concentrada em apenas cinco [estados], mostrando que em vários estados ainda não se observou uma queda da desocupação”, observou Adriana Beringuy.

Ainda no último trimestre, as mulheres (16,4%) foram mais impactadas pelo desemprego, enquanto para os homens a taxa foi menor (11,9%). Entre as pessoas pretas (17,2%) e pardas (15,8%), as taxas ficaram acima da média nacional (13,9%). Ao contrário do percentual de brancos (11,5%) que ficou abaixo da média.

Segundo o IBGE, entre os grupos etários, os jovens foram os mais atingidos pelo desemprego no quarto trimestre. Nas pessoas de 14 a 17 anos de idade chegou a 42,7%, de 18 a 24 anos de idade atingiu 29,8% e de 25 a 39 anos de idade (13,9%).

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (23,7%) foi superior ao percentual dos demais níveis de instrução. No grupo com nível superior incompleto, a taxa foi estimada em 16,9%, mais que o dobro da verificada entre aqueles com nível superior completo, 6,9%.

Subutilização
A Bahia (33,3%), Piauí (33,3%) e Sergipe (32,2%) foram os estados que registraram as maiores taxas compostas de subutilização da força de trabalho, que é o percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada.

De acordo com a pesquisa, 13 unidades da federação ficaram abaixo da média nacional, de 20,7%. A menor foi em Santa Catarina (7,5%), seguida do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, os três com 14,1%. (Agência Estado / Agência Brasil)