O empresário Vanderlan Cardoso nunca divulgou, no âmbito do Estado de Goiás, que havia constituído uma empresa – a Active Trading – em parceria com sócios chineses, donos da montadora de motos e de automóveis Lifan, para a instalação de uma fábrica no Brasil.
O negócio, realizado sob reserva, envolve um investimento de R$ 90 milhões, que Vanderlan levou para Pernambuco – em vez de implantar a nova fábrica, que vai montar motos e triciclos, em Goiás, onde existe muito mais infraestrutura para a indústria metalmecânica, conforme se pode ver pelo crescimento acelerado da Mitsubishi, Hyundai e Suzuki, que compõem o pólo automobilístico goiano.
Vanderlan escondeu a parceria com os chineses e a decisão de levar a fábrica para Pernambuco. Pior: somando-se aos R$ 90 milhões da Active Trading o investimento individual de Vanderlan na construção de uma fábrica de salgadinhos também em Pernambuco, os seus investimentos fora de Goiás sobem à casa dos R$ 120 milhões – e ainda há uma fábrica já construída na Bahia, também de salgadinhos.
A fábrica de salgadinhos de Vanderlan, em Pernambuco, é mais de três vezes maior que a instalada em Goiás.
Como empresário, Vanderlan tem o direito de investir onde quiser. Mas por que ele não deu divulgação aos seus negócios em Pernambuco? Por que ele nunca flou sobre isso? Alguém já leu uma linha, em algum meio de comunicação de Goiás, sobre os investimentos milionários do empresário fora do Estado?
Ele escondeu. Vai ver, é difícil explicar: como é que um candidato a governador leva para outro Estado a maior parte dos seus negócios, deixando de gerar renda e emprego justamente no Estado que quer governar?