José Genoino e José Dirceu dedicaram os últimos minutos de liberdade na tentativa de atingir um objetivo comum: transformar o julgamento do mensalão em um ato político, e não criminal.
A estratégia de defesa dos dois condenados foi bem articulada, inclusive com a direção nacional do PT, que em nota acusou a Justiça de macular o direito à ampla defesa e ignorar provas constantes nos autos.
Punhos erguidos frente à superintendência da Polícia Federal em São Paulo, Dirceu e Genoino podem ter dado adeus à vida pública. Um verdadeiro vexame para dois personagens que envidaram os seus melhores esforços para uma causa nobre: sabotar a ditadura militar.
Os presos políticos de outrora hoje são reles e ignóbeis políticos presos. Nada mais do que isso. Até porque não existem presos políticos na democracia.
Em que pese a estratégia de politizar o julgamento, os doze mensaleiros encarcerados são simplórios corruptos pegos com a mão na botija.
A despeito do teatro encenado por Dirceu e Genoino, a história da vida deles não se repetiu.
Ou melhor: repetiu-se como farsa.